sexta-feira, 27 de maio de 2005

Bar 666

O cotidiano esconde as verdadeiras coisas que acontecem dentro das pessoas. Alguém que acorda, escova os dentes, sai faltando menos de dois minutos para o ônibus passar no ponto, que chega no destino, executa suas atividades, ri, conversa, reclama da comida do refeitório e depois volta pra casa, é muito, mas muito mais que isso. Fatal é a hora do almoço. O que parece maquinal, ao pegar com o talher a polpa da sobremesa debruça sobre a revista e lembra daquele encontro, naquele mês de janeiro, naquela rua, naquele bar 666 e passeando com a colher sobre o que ainda resta do doce.Desenho daquilo que representa ainda o que se sente ao lembrar. Se o desenho é tortuoso, assim também são as lembranças, e ainda mais os sentimentos. Olha-se para cima, um riso vem nos lábios. Se olha para o longe sem saber para onde, mas o inconsciente busca sempre aquela pessoa que lá foi deixada e que não se pode recuperar: a aura da pessoa fica, no cativeiro do pensamento e, enquanto a colher corta a sobremesa, uma careta vem na cara. É a impossibilidade de tornar realidade o que se projetou naquele momento, agora distante porém não menos forte. Vontade de chorar. Temos sempre um pouco de criança mimada dentro de nós, todos tem. As lágrimas que vem nos olhos se acompanham da vontade de bater os pézinhos no chão e falar "eu quero, eu quero eu quero". Nem sempre é possível. Como disse Guilherme Arantes, "infelizmente nem tudo é exatamente como a gente quer". Isso. Deixa chover, deixa a chuva molhar. Se é forte, permanece. O que tem que ser tem muita, muita força. Levanta-se. Sobra no prato o pedaço de doce cortado pela colher. Vai embora com o coração também cortado, sabe-se lá até quando. O quereres Eu quero terminar minha pesquisa e me formar esse ano.Quero também que a pesquisa fique boa. Que meu coração se desaperte nesse exato momento. Quero abraçar o Coração que está na fria Curitiba, quero ir até o quarto cubrir a minha irmã mais nova. Na verdade eu acho que quero fazer aquele pedido ás forças mágicas: que eu tenha paciência para compreender aquilo que não pode ser modificado por mim. Tudo bem, tudo bem. Ainda estou confusa mas agora é diferente: estou tranquila e tão contente Aew! É, o Russo era mentiroso mas ele tem mesmo coisas bem bonitas. Acabei de me apropriar de uma delas. Sério, to felizona mesmo. Mas sempre confusa, e ainda bem. Aquele que não se confunde é aquele que se acomodou com o que sempre lhe foi dado. ... e eu quero tudo, no próximo hotel: por mar, por terra, ou via Embratel... Ainda bem q existe a opção via Embratel. hahaha... Morrer de saudade aconteceria muito mais frequentemente sem ela. POST MAIS FOSSA BAGARAÍ... PORCARIA DE POSTEra mais original postar a letra de "Vento no Litoral"