quinta-feira, 24 de junho de 2004

Festa no sanatório Geral: o guri faz anos (19/06)

Mais que um poeta, ele é o psicólogo da alma da gente. Especialmente nós, mulheres nos sentimos realmente compreendidas nas músicas de Chico Buarque. Porque nelas estão retratados nossos sentimentos mais íntimos, sem que pareçam ridículos. Podem parecer ridículos porque são os mais corriqueiros: a dor de ser deixada, a dor por não amar, a dor por amar demais, a dor da traição, a dor do reencontro do grande amor. E ele engrandece cada estado sempre com dignidade. Por momentos podemos não entender como um menino (que é o que Chico parece) pode ter tamanha grandeza. E assim, compreendemos que ele, mesmo sessentão, ainda parece ter uns 40 e poucos anos: talvez a delicadeza da alma faça com que as pessoas não envelheçam. Não podia de deixar de homenagear aqui o homem que mais canta a alma feminina, a alma das meninas do nosso país. É dele a frase que inaugura o "Pagu" e é dele também a minha música preferida, Anos Dourados. Terminarei em grande estilo, com um trechinho. "Ainda te quero, bolero nossos versos são banais. Dizer que não quero, seus beijos nunca mais: seus beijos nunca mais..." (Anos Dourados - Chico Buarque de Hollanda e Tom Jobim)