domingo, 27 de abril de 2008

22

Quarta-feira eu voltei aos 16 anos enquanto descia a rua da Câmara Municipal. Fazia um tempo fresco e eu resolvi ir até o Banespa, e para isso, tive que atravessar a praça. Há anos não atravessava a praça, a mesma em que já confabulei com os colegas de grêmio, com os amigos do Camanducaia, a mesma das paqueras juvenis e encontros com os professores. A mesma Câmara onde 6 inconsequentes foram defender a reciclagem de lixo e quase saíram espancados pela irmã do prefeito. O mesmo lugar das épocas sem carro e sem carta, e do último ônibus às 10, que carregavam a viagem para casa e o sonho de ser socióloga, e dar aulas, e ver minha irmã na faculdade e meus pais grisalhos e tranquilos.
E pensei em como são as coisas hoje. 25 anos de sonho, de sangue, de América do Sul e de um outro s que se chama sonho. Mais sonho.
Pensei em tudo o que acontece, e no que pode acontecer. Nas pessoas que quero comigo nos próximos 10 anos e que se ficarem, então estarão para sempre. No quanto eu amei e odiei os amores e os amigos, e pensei que os amores só amamos uma vez, mas os amigos, são amados de tão odiados.
Pensei também que há 22 meses fui salva. Um minuano me levava, mas um golpe de pura passionalidade me arrematou no ar e me colocou de volta no chão. E que me fez sentir, na realidade, tudo aquilo que eu imaginava, sentada de noite na praça, todo o amor, o companheirismo. Hoje eu rio como imaginava poder rir junto de alguém, e quando fica escuro, não preciso ter medo pois nao estou sozinha. Se fico triste, logo me alegro. Porque não se pode estar mal sabendo que no final de semana existirá café da manhã, e planos. E risadas, e lágrimas, macarrão. E o abraço verdadeiro que preenche tudo, até o completo.

domingo, 13 de abril de 2008

O seu sorriso é o meu sorriso e a sua alegria é mais que isso: é linha que leva à continuidade, é mão que levanta. Tua companhia não é só presença, é peça que completa. E o seu conselho é mudança de fato: nada tem daqueles efeitos de alucinógeno que nunca usei, mas sei que além da sensação ser falsa, é passageira.
Porque você está aqui e o que você faz, diz ou pensa também.
Porque se chama amor o fato de te sentir aqui, sempre comigo.
E não vá embora.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Cansada.
Quando era pequena, 10 minutos se tornavam eternidade na espera pela volta de meu pai, pela chegada de meu avô ou minha avó, ou da ida semanal à papelaria com minha mãe.
Hoje, eles nada são. Até quando espero o tempo passa rápido. Hoje, 1 hora de Jundiaí até Campinas pareceram nada. Acho que dormi, mas acordei num estalo quando o ônibus entrou em Campinas.
Eu sempre acordo quando entro em Campinas. Gosto de chegar de madrugada, quando as luzes ainda estão acesas e a noite já apresenta uma cor desmaiada, o cheiro de orvalho e o friozinho que pede uma blusa de manga comprida.
Penso que a pior parte da viagem a Salvador será não poder partir de Campinas. Gostaria de poder ver Campinas do alto, sumindo, pequenininha como uma menina. A minha menina dos olhos, que sempre foi. Mas voltar, será bom. Como sempre.

Ontem comi carne de soja. Delícia, parece de verdade. Estava na casa da Dru, com a Lê, afinal, somos madrinhas desse casamento! E a gente riu como na época do Cantinho da Jade.
Mais tarde, Patrícia, Ludi, dona Flor e eu. Sala escura e um cara na TV falando do Serra. A gente começou a rir. E começou a malhar a vida dos outros.
O que é de verdade, não muda. Que bom.