sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Todas as mulheres do mundo

Penso já ter feito um post assim intitulado. Mas não vejo melhor nome.

A melhor amiga, aquela que cresceu junto, de quem quis espremer espinhas. De quem não gostava na adolescência. De quem não suportava ouvir a voz mas que hoje, não suporta é a ausência. Com quem troca as confidências mas que o gosto, ah, meu senhor, esse não tem nada a ver. Enquanto ela suspira pelo Edward eu destrincho A Sociologia do Romance de Lucién Goldmann e me afogo em lágrimas na epopeia de Erico Verissimo. Em comum? A firmeza de caráter. Tenho na Michele um espelho das ações. Como agir, qual a conduta... Minha companheira.

A Pechena. Não cresce. Vontade de apertar, amassar, produzir a Felícia, proteger. Anos sem se falar, e o amor? O mesmo. A consciência da gravidade de uma situação quando essa pechena, (que é tão grande, e não chora, nunca!), te abraça e diz que tem medo de te perder. Aí então, tudo passa a fazer mais sentido. UMa nova chance é dada. Por que junto, fica muito mais fácil.

Mélanie. Nossa história não é tão longa como a de "E o Vento Levou", mas eu julgo que seja tão intensa quanto. Pir é a parte sem medo dessa ciranda da gente. Que inova, que se joga no mundo, que não tem medo. Que deixa na gente o brilhinho da alegria que espalha.

Jue parece ter saído de um omance da Virginia Woolf, porém, sm aquele estranho brigadeiro, enfim. Amadurecida, é ainda melhor. É a peça que falta e não pode se deslocar.

Minha indefinição atual não me permite caracterizar. O que sei é que, juntas, Marie, Sue, Mie, Jue, e Pir, somos todas as mulheres do mundo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Minha quarta-feira de carnaval é provida de um sentimento tão sem fim que por vezes eu duvido que tenha havido folia um dia sequer. Os momentos bons da vida devem ser mesmo esse sonho de carnaval antigo, onde a magia tomava conta do triste cotidiano das pessoas, onde máscaras faziam ás vezes dos desejos ocultos. Você madruga de terça para quarta e a realidade se faz presente, impiedosa. O encanto, onde está? Na mente de quem viveu e no sofrimente de quem recorda o momento efêmero em que não sofreu. A lembrança do não-sofrimento é o que me dói mais.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sabe Drummond. Viver dói. Dói demais, cara. Dói, porque olha, só, pra começar o livro que tem esse poema, quem me deu foi o Marcos. Eu acho que o Marcos é minha alma gêmea, Drummond. ele foi me se declarar pra mim depois de casado e com filho. E, não. Não sofro por uma promessa não cumprida, até porque não é sentimento que me diz isso. É maturidade do viver e do passar dos anos. Não é o amor, nunca amei Marcos, que ama Marie, que ama... Viver dói, Drummond.
Não há projeção não realizada pra uma pessoa tão imprudente como eu, Drummond. Eu gasto economicamente e emocionalmente o que não tenho. É tudo por aqui tão intenso que meu peito dói não necessariamente de amor. Eu perco folêgo, e não por falta de ar. O zodíaco talvez tenha a sua parcela de culpa, Drummond, mas, olha... A permanência daquilo de bom que foi vivido me dói mais do que a dor do que foi ruim e aconteceu.
E olha amigo, de tudo em mim que é sofrimento advém do amor que eu dei, do tanto que eu me doei, da relutância em ser egoísta nas opções. No tanto que eu me arrisco pelos outros e na conclusão certeira de que ninguém fez o mesmo por mim. Se aí reside meu egoísmo, explicado o sofrimento? Acho injusto, Drummond. O sofrimento não é opcional. Viver dói.