sexta-feira, 31 de agosto de 2007

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Egocêntrico, mal elaborado e repetitivo




Não adianta. O gosto pelo final de ano definitivamente não pertence a mim.
Eu me sinto cansada e me lembro logo dos finais de ano da TV Colosso, onde aparecia sempre o ano velho, bem velhinho, com uma bengalinha, cansado, sem conseguir andar... E o ano novo, fortão, cheio de luzinhas. Eu sou o ano velho.
Tenho dormido tanto, tanto. Mas todas as vezes que aquele sentimentozinho de fim me abala, eu logo penso em tudo oq o ano de 2006 trouxe. Foi, com certeza, um dos melhores anos da minha vida.
Em um dos capítulos da pesquisa que fiz sobre Campinas, finalizada em 2005, eu escrevi que a grande dificuldade de Campinas em firmar hoje em dia uma identidade prórpia, é a mania, a partir da febre amarela no final do século XIX, se se autoconstruir. Acaba uma coisa, logo a cidade se erguia com uma nova característica e tem sido assim até hoje.
Pois esse ano pra mim foi um ano Campinas. Com a diferença de que as coisas que aconteceram só serviram pra alimentar a minha prórpia identidade.
Em 2006 eu me formei. Assinei meu diploma num tablado enorme, segurei o vestido pra ninguém ver minha calcinha, enquanto meus pais, minha irmã e meus amigos gritavam lá de cima. A irmã da Pat, a Rosane, fez a foto do momento inusitado. E então eu estava formada. Foi tão ruim ficar aqueles anos ali no IFCH que ali eu repensei tudo, e pensei: não quero vida acadêmica. Não sei se quero voltar pra cá. Essas pessoas não tem nada a ver comigo. Eu quero ter minha casa, uma rede e tempo pra brincar com os meus filhos.
Mas aí eu fui ser professora de verdade, terminando o ano com 40 (wow!) aulas semanais. E aí eu vi mesmo oq não era ter tempo. E eu vi também o que era a inveja de uns, a falta de educação de tantos outros, a falta de consideração, as fofocas, e aquele monte de gente que não sabe nada querendo mandar na sua vida. E aí eu percebi que de uma forma ou de outra eu não ia ter tempo... E que mesmo que eu amasse dar aula, ia sempre ser daquele jeito. E que de repente, a academia me deixasse menos quebrada, pq pelo menos os livros, os congressos e as intermináveis horas na frente do pc não me respondiam palavras horríveis, nem me colocavam olho gordo, nem diziam coisas que eu já sabia e nem me davam ordens descabidas. E foi pelo gosto, e somente pelo gosto de escrever que eu continuei escrevendo meu projeto. E graças a Érico Veríssimo que ele saiu, pq eu só conseguiria voltar para a academia assim, pela arte. E ali tem de sobra.
Foi junto com Érico Veríssimo que eu fui cuspida pela segunda vez pela USP. A primeira foi na graduação, agora foi no mestrado. Não adianta, o clã não me quer. Mas foi com Érico Veríssimo que eu fui acolhida pela segunda vez pela Unicamp, que é campineira como eu e é onde eu vou ficar. E foi o amor ao estudo desse cara que eu li em um mês 5 livros de teoria sociológica só pensando como seria legal escrever escrever e pesquisar pesquisar sobre ele. E foi assim que eu voltei pra academia.
2006 foi ano de correria. E ela estava em todos os momentos. Não, não é Deus, é minha mãe. Ela continuou, em 2006, a mãe de miss que ela sempre foi. E ela estava lá no pagamento de contas, nas duas vezes que a gente compra sapato pro pai durante o ano, e ela estava lá quando eu bati o carro. Não. Eu bati o carro ano passado, mas enfim, ela estava dentro do carro quando eu bati. O carro é dela e ela nem se abalou. Ela estava lá quando tinha sorvete com calda. E ela pedia dispensa com mentira, quando eu aparecia na porta da escola, com o carro cheio de mulher, pra sair e tomar sorvete. E eu descobri que ela descobriu que sabe desenhar.
2006 foi o ano em que eu mais tive contato com meu pai, que aliás, faz aniversário hoje. Não, meus pais não são separados haha! Mas é que pai sai de manhã, volta a noite. E esse ano eu estava em casa todas as noites, e ninguém mais estava além dele. E a gente fez janta gostosa, leu jornal junto, e debateu horário político junto também. E juntos saímos com a bandeira do PT amarrada no capô do carro, gritando "É Lulaaaaaaaa" pela cidade toda. Mesmo que isso envolva me buscar no cartório eleitoral, onde isso é proibido.
E por enquanto, duas listas de primeira fase saíram. E ela está nas duas. Eu me lembro no final do ano passado, nos pedidos costumeiros: "nome na lista"! Pois é... Então é só pedir de novo que o nome na outra lista você pede para o ano que vem. E tanto esforço, só pode ter um resultado positivo. É o vagaluminho iluminando aí, outras esferas. E vai iluminar sempre.
Em 2006 se refizeram amizades que pareciam desfeitas. E a gente só percebe que elas nunca se foram quando, depois de uma colherada num caldo verde a unica coisa que se tem a dizer é: "estava com saudade disso". E ficar até altas horas conversando, gargalhando das misérias acontecidas e da falta de amor que os outros tem pela gente. E tem aquelas amizades que ficaram tão fortes nesse ano, e que... parece que se desfizeram mesmo... Só 2007 pra dar jeito nisso.
Não é preciso ver sempre. Mas é ter uma mensagem no celular de vez em quando, a presença na porta da balada só pra dizer feliz aniversário e ir embora pq tem que trabalhar no dia seguinte... É um estou com saudade vindo diretamente do Rio, assinado pelo melhor amigo, pela mãe do melhor amigo, pela irmã do melhor amigo e pelo cachorro do melhor amigo. É a amiga de infância divagando sobre a sua vida como se fosse a dela. É odiar isso, ficar puta durante toda a conversa e morrer de rir qdo ela diz que é melhor mesmo é casar por dinheiro que é o único jeito de ser feliz nessa vida.
Mas existem também os mais presentes. Aqueles sem as quais a gente não consegue ficar 24 horas sem se falar. Até porque a gente não consegu mais que isso também. Que chegam, te pintam quando você passa no mestrado, que vão comprar presentes pelo centro da cidade embaixo de chuva, que vai na costureira (ops, médica do Warzinho) e no sindicato com você. Que não te deixam sozinha. E tantos outros sorrisos que iliminam a vida da gente quando tudo parece perdido. A amiga que casou, a amiga que quer casar, o amigaum aum de sempre, o amigo que vai ser pai, a amiga que vai pra Araraquara, a amiga baladeira que agora namora o cara ideal - um guitarrista - a amigo que realizou o fetiche de qq homem - uma namorada enfermeira!, a amiga mai que sorte! e tantos outros sonhos aí que a gente vai compartilhando e fortalecendo os nossos. A gente pode até brigar, mas viver sem, não dá.
2006 foi o ano das verdades e das mentiras. E embora eu seja mesmo exagerada, me descabele de tannnto chorar, também arremesse o fone de ouvido e demais coisas pela frente longe quando sou contrariada e meu orgulho de mulher ferido, tudo foi por uma boa causa; pra mostrar pra esse coração teimoso de sagitariano que existem coisas que são, e coisas que não são. E é incrível como 2006 resolveu certas coisinhas que já vinham de outros anos tão mal resolvidas. Mostrou a face certa das pessoas e fizeram que, quando eu me olhasse no espelho, nascesse em mim enormes orelhas de burro. Porque eu dou valor demais para coisas que simplesmente não existem. E a única coisa que vale a pena nisso tudo é que... se não foi, então nunca existiu. E se não existiu, não tem porque ter lembranças singelas, nem sofrimento, nem nada. E então, quando eu finalmente mandei toda essa coisa de coração, de compartilhar sentimentos, coisas fofinhas e verdades que a gente pensa existir pro raio que o parta... Tcharã! Há, eu bem que tentei, mas também não fui macho pra manter minha palavra por mais de dois finais de semana. Lulu Santos tem razão quando diz que ás vezes aparece um certo alguém. E eu nem me fiz de desentendida. Plac plac plac, barulho das borboletas. E como Clarice já disse aqui: "É vasto, vai durar".
Grande esse, heim? Pois é. E mais uma vez, falando da minha vida. Esse blog anda meio egocêntrico, sei bem. Não cumrpi nenhuma das promessas que fiz nele ano passado, e na verdade, tive pouco tempo pra elaborar coisas melhores. Mas vejam: se o blog não está melhor, se o final de ano continua uma merda e eu esteja deprimida pelos acontecimentos porcaria, pelas pessoas idiotas, eu com certeza posso não ser uma pessoa melhor, mas é evidente o fato de que, mesmo de TPM, eu sou uma pessoa mais feliz. Não tenho oq reclamar de 2006. Talvez pediria que a Nova FM varie um pouco mais sua programação... E que ser feliz seja mais fácil.

E na volta pra casa...
As músicas tem a função, principalmente as mais popzinhas, de lembrar pra gente mesmo que a gente gosta de alguém. Que a distãncia é tãããão sofrida, que a indiferença é amarga, que o amor não presta, que gostar é a melhor coisa do mundo, que a vida só é completa por alguém, bla bla. E escutando a Nova FM diariamente, é impossivel não decorar as letras, até uma delas, especialmente, te remeter a esses lugares comuns aí que elas propõe. E eu não poderia postar pela última vez aqui sem colocar a brega canção que no começo me fazia desligar o rádio. Depois eu só dizia "Ow cacete Nando Reis, antes eu choara de lindo que era, agora eu choro de raiva". E depois eu passei a escutar a letrinha. E hoje na porta do supermercado, eu me peguei cantando. E ela até tem sentido, como todo clichêzão açucarado.

N

E agora, o que vou fazer?
Se os seus lábios ainda estão molhando os lábios
meus?
E as lágrimas não secaram com o sol que fez?
E agora como posso te esquecer?
Se o seu cheiro ainda está no travesseiro?
E o seu cabelo está enrolado no meu peito?
Espero que o tempo passe
Espero que a semana acabe
Pra que eu possa te ver de novo
Espero que o tempo voe
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
e te beijar
de novo
E agora, como eu passo sem te ver?
Se o seu nome está gravado no
meu braço como um selo?
Nossos nomes que tem o N
como um elo
E agora como posso te perder?
Se o teu corpo ainda guarda o
meu prazer?
E o meu corpo está moldado
com o teu?

Um comentário:

Marie disse...

29.12.2006 | Marieee! O que realmente importa é que nada dessas coisas chatas importa mais que tudo de legal que vivemos. As coisas boas, por mais pequenas que sejam sempre acabam superando as ruins. Espero q eu tenha contribuido nem que seja um pouquinho pra que esse seu ano de 2006 tenha valido mais a pena. E que venha 2007, e que venham novas aventuras. I'll be there!
Michele Fernanda Saqui - micheledasletras@hotmail.com | http://spaces.msn.com/perolasdamimi

27.12.2006 | Meu professor de lit. francesa, (aquele que me deu aquela tirada) nos mandou uma mensagem de natal super otimista.. ele cita uma passagem de Proust,na qual ele percebe de repente que o vento que sopra sobre as folhas é o mesmo, é exatamente o mesmo dos outros 364 dias do ano... e se dá conta de que a vida, apesar de todos os seus desejos de felicidade, de que a vida será sempre a mesma, ou pior. Animador não é mesmo? rss Pois, as vezes, eu tenho a impressão de que tem muita coisa que não muda mesmo (não consegui cumprir nem metade das minhas metas). Mas a verdade é que a felicidade, aquela, que já apareceu em outros posts aqui, está nas pequenas coisas. E as pequenas coisas, não estão estampadas nas metas e devere
Sue Pechena - | http://sueellencruz.blogspot.com