segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Qual é o balanço?

Em 2009 eu me tornei realmente adulta. Defendi a minha tese, entrei no Doutorado. Aprendi a dizer não às pessoas que me fazem mal, aprendi a dizer não àquilo que me fazia mal. Troquei de emprego mais que troquei de calcinha, mas foi tudo uma questão de ajuste e de coragem. Fazer escolhas é ter coragem.
O melhor Natal da minha vida foi esse. Tranquilo, planos feitos, sonhos se realizando, música dos anos 80 enquanto cozinhamos e um incrível bolo de chocolate branco com abacaxi de aniversário pro Papi. Única coisa ainda a ser feita: achar uma Havaianas de coração para a Mie.
Conheci tanta gente boa, tanta! Colegas de trabalho incríveis, alunos incríveis. Fiz amizade, chorei ao me despedir, chorei na fogueira do Peraltas cantando Cuide-se bem para as minhas pestes do 9º ano de Holambra, chorei ao ler os e-mails carinhosos da Suzi Sperber. Chorei na minha defesa de tese, chorei por estar acima do peso.
Fiz montinho no Re qdo ele recebeu o sim do emprego, joguei bola na chuva, fiz guerra de terra embaixo de uma tempestade e consegui uma vaga na escola que eu mais queria trabalhar.
Fui visitar a Dru, comi comida chinesa no bairro da Liberdade com a Pat, fui numa autêntica casa de samba com o Renato do Rio... Conheci a Ilha Fiscal, joguei várias partidas de imagem e ação. Não fui até a praia, mas eu nem gosto de praia. Gosto das ruas, das construções, da história das cidades que visito. Sempre de mãos dadas com o meu amor, que em 2010 não poderá me acompanhar, mas que está sempre, sempre comigo.

Não tenho reclamações de 2009. Melhor ano.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Ela passou boa parte do seu tempo exercendo sua função mór: encaminhar os outros em suas vidas, tortas, desconexas, auxiliando nas alternativas teimosas de alguns, ou nos erros evidentes de outros. E foi assim desde pequena. Viu a mãe e o pai se esfolarem, a pessoa que mais amava cair feito uma velha árvore no chão, falou com a tia quando ninguém mais conseguiria. Tinha vontade de dar uma chapuletada na avó, mas se manteve fiel até o final. Afinal, as pessoas com as quais mais brigamos são as que mais nos amam, de fato.
Cresceu. Constituiu aquilo que ela tinha, mas que nunca vivenciara: família. E não sendo judia, é o exemplar mais autêntico desse tipo de mãe. O amor chega a sufocar. Um passo além daquilo planejado por ela é desconjurado, repudiado, pisoteado. Talvez esse seja o significado de ser mãe.
O vestido azul da formatura, o rosto pintado no dia do trote ou amedontrado antes, no último dia do vestibular, a mão gelada no dia da defesa de tese. As pessoas veem as fotos, e dizem que as meninas (que se parecem com ela), além de bonitas, são muito competentes. São mesmo. As pessoas têm toda a razão. Mas talvez nada seriam sem as histórias do Cazuza de Viriato, ou da linda saga do pai Tomás.
Com certeza, não...

sábado, 1 de agosto de 2009


Resenha de Renato Pastor sobre o albergue "mais descolado do Rio de Janeiro".

"Cansado de ser um mochileiro padrão ?? mais um turista ??... um albergue alternativo para pessoas alternativas no Rio de Janeiro ... perto de tudo, seguro, limpo, maneiro ... simplesmente diferente"

Bom, eu acho então que nao sou tão alternativo assim. Porque, se ser alternativo significa dormir num quarto sem forro, com uma goteira na cara, ter que sair embaixo de chuva pra dar um barro num banheiro FORA de um quarto que paguei 80 PORRAS de reais cada diária (totalizando 240 reais), ter que tomar banho num banheiro COLETIVO e ter que almoçar sentado numa merda de um puff sujo rodeado por gente que eu não conheço assistindo filmes cult, então eu sou o cara menos alternativo do universo. Me inclua no time dos quadrados.

Porque, sabe, quando se trata de gastar meu dinheiro, não dá pra ser tão alternativo. Gosto de ter onde lavar meu rosto, tomar um banho antes de deitar, com o mínimo de comodidade. Seria legal se o Tupiniquim hostel levasse o "alternativo" lá da sentença de apresentação deles até o preço, porque a única maneira de eles se livrarem de apresentar um quarto PORCO daqueles é se eu tivesse pago 50 reais por todos os 3 dias. Alternativo MY ASS.

O mais legal disso tudo é que , olhando pelo site deles, parece uma coisa realmente bonitinha e limpa. O que não poderia ser mais longe da verdade. Sabe aqueles tipos de gente de faculdade, que fica o dia inteiro com a bunda sentada em puffs no Centor Academico? Imagine chegar em uma recepção pra marcar sua estadia num cenário desse. TÃO charmoso e original. E LIMPO. Agora imagine dormir nesse cenário, com gente jogando ping-pong e fumando maconha trombando com você a cada vez que você precisar satisfazer as necessidades mais básicas, tipo, sei lá, tomar banho. Charmoso e divertido.

Então resumindo: NÃO RECOMENDO o albergue Tupiniquim. Você vai ver no site deles váááários testemunhos de gente que adorou o lugar, e que vai recomendar para os amigos e coisa e tal. Mas eu não aceitaria conselhos daquele cara descalço com calças quadriculadas que pode ser encontrado em todas as faculdades, sobre onde eu deveria dormir.

Como eu disse, me inscreva no time dos quadradões. Gosto de poder tomar banho sem ter um argentino que eu nem sei o nome olhando pras minhas canelas. Albergue Tupiniquim: Um lugar PORCO para pessoas PORCAS.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Não sei como avaliar esse ano de 2009. Ainda está na metade e tantas coisas aconteceram. Eu me sinto meio mal de ter deixado 4 empregos em seis meses. Foram opções muito bem pensadas, mas o ônus que fica é sempre o da separação de pessoas super amadas.
Patrícia Fabiho me disse outro dia que queria ser menos "banana". Eu acabo pensando que, ser banana é um pré-requisito para não trabalhar diretamente com gente. Pois sim, elas podem os decepcionar e muito. Mas elas cativam tanto, tanto. Que acaba doendo o processo de separação. Porém, um outro processo, o de crescimento, vem se aprimorando. Cortar vínculos tem sido mais fácil. Talvez porque a equação das relações seja mesmo bem simples: o que faz bem e as pessoas que nos amam de verdade jamais se vão ou se perdem. E nem nos perdemos também.
Assim é mais fácil.

sábado, 18 de julho de 2009

Nos meus mais íntimos delírios, o que eu imaginava como felicidade era um amor verdadeiro, um emprego bacana, harmonia na vida e ter alguém para andar de mãos dadas pelas ruas de Campinas. Não há, creio eu, em lugar algum, luzes mais lindas. Não me esquecerei jamais do dia que, dormindo no Cometa, às 5 da madrugada, voltando do Rio, acordei ao sentir em minhas pálpebras as luzes, que luzes. As mesmas que me acalmaram quando da morte do meu avô, as mesmas que me alegravam aos 5 anos quando chegávamos de Itapira, clareando para a menina o M dourado do McDonalds. As mesmas que iluminavam a Moraes Salles no dia em que saímos da casa de minha avó para roubar uma foto de meu avô da casa de minha tia. As mesmas que iluminam a despedida ansiosa por mais um sábado. Coincidentemente, o ponto de encontro e despedida é a... CPFL. Companhia Paulista de Força e... LUZ(rs).
Julio de Mesquita: DVDs a 12 reais nas Lojas Americanas, cachorro-quente, a frente da Apô lotada. Um frio de doer os ossos da face. Riviera aberta. Sonhos com os recheios mais deliciosos. Optamos por um sorvete. E pelo melhor programa. Mãos dadas, cumplicidade, piadas e ainda a trilha sonora de Michael Jackson.
Nada mais é necessário.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ontem, enquanto tomava banho, lembrei do blog onde postei minhas inseguranças, minhas neuras, os amores perdidos, os conquistados e o amor pela minha família. Fiquei com uma baita saudade!
Tenho que admitir que fui incentivada pela minha querida amiga Ana Patrícia Rameiro, que, junto de minha irmã, é a melhor bloqueira da face da terra. Seus textos têm sentimento, tem humanidade. Não são de plástico como os muitos que são escritos apenas com o pretexto de parecerem belos e de mostrar o quanto o autor é sensível. Conhecendo muitos deles, suas atitudes, como diria Cazuza, não correspondem aos fatos. Enfim. Um brinde à legitimidade de todas as coisas: da amizade, do amor, dos textos escritos no Blogspot, das nossas relações e do nosso cotidiano.
Tranquila. Certo dia postei um trecho da música "A Paz" no Twitter (sim, estou viciada!). Tudo certo depois de tantos, tantas topadas inconsequentes e tantas narigadas no chão. Acho que se o Corinthias tivesse perdido pro Internacional ontem e se o Lula não estivesse defendendo Sarney talvez a existência seria ainda mais leve.
Faltava postar novamente nesse velho amigo. Dizer que me sinto feliz em ver a roda viva levando cada um para o seu caminho, sem afastar aqueles que são verdadeiramente nossos companheiros de vida. Meus amigos estão tendo filhos, militando no MST, rompendo casamentos recém feitos, desabrochando pra vida e sempre aprendendo. Não posso deixar de ver uma beleza incrível nisso tudo. Afinal, o que há de mais bonito tão próximo dos 30 é mesmo esse movimento de amadurecimento.

sábado, 4 de abril de 2009

Há tempos não escrevo.
Falta de tempo. Covardia, pois escrever é um ato de coragem.
Correria. Escrever é pausa, é momento ímpar.
Escrevo para você. Por quê? Estava escutando uma música dos Beatles aqui e me lembrei de você. Embora a canção que mais me faz lembrar de você seja outra (I never dreamed, Lynyrd Skyrnyd), os quatro rapazes de Liverpool estão na parede do seu quarto, na camiseta que você veste e na forma de você encarar a vida. Impossível não ter um pouco de você em cada canção.
Lembrei de momentos que não deveriam ser nostálgicos porque tenho a sorte de ter-te comigo hoje, e quero ter sempre. Mas é bom recordar para jamais perder o sentimento de encanto do quanto é bom ter teu abraço no final da sexta-feira, ou como é bom mostrar o dedo do meio para os desgraçados motoristas da Anhanguera. De como é bom ficar falando besteira com você nas tardes de domingo, dos casulos da preguiça, da soneca de quarta-feira e das diversas versões que fazemos para o papel que vem na bandeja do Mac Donald's. "Amo muito dar a (sua) bunda" é a minha predileta.
E recordo que, dentre todas as minhas correrias, é você que está por trás segurando o pano de fundo. Terapia, congressos. 4h30 da madrugada e nós encontrando o José Genuíno no aeroporto. E nem o sono impediu que pensássemos: confiei nesse filho da puta!
Você diz: você é poderosa. Mas quem é parte da base disso tudo, heim?
Me lembro então que jamais, jamais, quero pensar em sequer não te ter por perto. Porque é mais que meu amor. De tão grande, já não sei nem nomear.