sexta-feira, 31 de agosto de 2007

sábado, 30 de julho de 2005
Jaguariúna, 30 de julho de 2005

Oi! Há tanto tempo eu não escrevo uma carta que nem sei mais como se faz. cabeçalho, a saudação inicial, enfim. Vai do jeito que for : -) Por aqui tudo bem. Aíás, eu acho que é esse o meu problema. Eu desacostumei a estar bem. Há ANOS eu não sabia ao certo o que era ser feliz de fato, e poder comemorar esse fato, entende? Porque, sempre que eu me entusiasmava muito, acontecia algo de horrível. Vai ver não era felicidade de verdade. Eu estou amando (pois é, meu coração não virou uma pedra como eu havia antes comentado), estou empregada (sim! sou uma professora contratada agora), e você se lembra bem de como eu sempre brincava de dar aulas e de como eu sonhei em ensinar as culturas dos diversos lugares para a criançada. Numa expressão mais madura, hoje ensino SOCIOLOGIA para essa mesma criançada. Na verdade eu mais aprendo que ensino, porque a gente não sabe nada mesmo. Meu amor tem um sorriso lindo, pisca quando faz um sinal afirmativo, cozinha bem, dorme de meias como eu e tem aquele abraço que eu sempre quis e até então eu nunca tinha recebido, aquele que é só aconchego. Bié continua linda, esperta, engraçada e iluminando a vida de todo mundo aqui. A velha serpente está finalmente num emprego bom, pelo menos é o que parece. Está feliz por trabalhar, mas um pouco cansado. Porém, sempre otimista e nunca esmorecendo. Queria ter mais do meu pai. Minha mãe ainda é a base de tudo. Hoje fizemos compras, aquilo que mais gostamos na vida, rs! E dentro da normalidade, brigamos um pouco, mas mesmo asism eu me sinto privilegiada, pois mamã tem quase 50 anos mas não perde o viço de menina, mesmo quando faz manha. É uma senhora-menina, de uma alegria e um pique que faz o movimento dessa casa. Sinceramente, com pessoas tão particulares e cativantes, eu nem sei qual o meu papel aqui em casa, sabe? Acho que é o papel da chata mesmo. Meu blog tem mais de 6000 visitas, e eu nem sei como agradecer. Internet é uma coisa louca: se tem a atenção de anônimos, contabilizadas no contadorzinho lá embaixo. Eu me sinto tão cansada apesar de tudo isso. Não sei se, como disse no início, é porque não estou acostumada com tudo dando certo. Eu tenho medo de algo que eu ainda não sei. De algo que compromete meu futuro, das coisas que podem acontecer. Faço previsões quase absurdas e deixo a dúvida tomar conta do meu coração. Acho que eu não me permito ser feliz. E sempre foi asism, se lembra? Desde criança eu invento histórias terríveis para mim mesma num processo de auto-flagelamento. Preciso parar com isso, apesar de chata, eu não mereço. Me formo no final do ano. Comecei a faculdade no ano que o Lula se elegeu, lembra? Acho que no momento, a única coisa que me deixa triste é a situação do PT. Nesse sentido, pareço uma criança que teve seu sorvete roubado. Acreditava em tantas coisas, e ainda acredito no Lula. Tento, porém, não acreditar no fim de 1968 e torcer também para que ele não acabe no coração daqueles que ainda tem qualquer tipo de esperança. Porque, se 1968 acabar, aí sim, nada mais terá sentido. Já não sei mais do que falo, melhor encerrar por aqui. Um beijo! Mariana Pequeno Mapa do Tempo Belchior Eu tenho medo e medo está por fora O medo anda por dentro do meu coração Eu tenho medo de que chegue a hora Em que eu precise entrar no avião Eu tenho medo de abrir a porta Que dá pro sertão da minha solidão Apertar o botão: cidade morta Placa torta indicando a contramão Faca de ponta e meu punhal que corta E o fantasma escondido no porão Medo, medo. Medo, medo, medo, medo Eu tenho medo de Belo Horizonte Eu tenho medo de Minas Gerais Eu tenho medo que Natal Vitória Eu tenho medo Goiânia Goiás Eu tenho medo Salvador Bahia Eu tenho medo Belém do Pará Eu tenho medo Pai, Filho, Espírito Santo São Paulo Eu tenho medo eu tenho C eu digo A Eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá Eu tenho medo estrela do norte, paixão, morte é certeza Medo Fortaleza, medo Ceará Medo, medo. Medo, medo, medo, medo Eu tenho medo e já aconteceu Eu tenho medo e inda está por vir Morre o meu medo e isto não é segredo Eu mando buscar outro lá no Piauí Medo, o meu boi morreu, o que será de mim? Manda buscar outro, maninha, lá no Piauí
Às 01:54:54 MaritaPregou este panfleto # envie este texto para um amigo SUBA NO PALANQUE!!! [1]

terça-feira, 5 de julho de 2005
Cidadão?

Não tenho nem palavras para descrever o que eu estou sentindo. Se disser que é decepção, minto, pois em política, o jogo brasileiro é assim mesmo: retirada de vantagens, projeção pessoal, emprego para a família, tudo como manda a tradição luzitana herdada. Como minha mãe diz, é o sentimento de traição. O que o Genoíno fez foi como encontrar aquele namorado fofinho com a melhor amiga na cama. Muita patifaria, não dá pra admitir. Nem a decência de inventar uma desculpa mais plausível ele teve. Ele não teve consideração com a família petista, ele não teve caráter, ele não teve nada. O que se pode pensar depois disso? A ideologia permanece. Porém, não há como não esmorecer depois de uma dessas, foi demais pra cabeça. Porque, o nosso Zé Dirceu, todos nós sabemos e conhecemos a fama, mas o Genoíno é muita tradição. Realmente, pelo menos para mim, o tempo da inocência acabou. E o seu Jefferson, de ladão, de ator, daqui uns anos vai estrelar como o salvador da nossa pátria, aquele que denunciou tudo, aquele que abriu os olhos da população para aquilo que ela jamais se esforçou para ver. Aquele que trouxe a veracidade, aquele que nos mostrou o que de fato é a política. Por que? Por que infelizmente não somos educacionalmente capacitados para a percepção desses assuntos. Por que fazemos questão de desconhecer nossa gênese política e tratamos de meter o pau assim que um escândalo fica ás claras, sem saber, por exemplo, que o Brasil sempre esteve nas mãos de uma oligarquia de merda, ignorante mas usurpadora de tudo aquilo que o Estado podia prover para si e seus protegidos, e assim sempre gozaram do status de cidadão. Quem é cidadão nesse país? Eu? Você? Não. Cidadão é quem tem, infelizmente. Cidadão é aquele que tem como se fazer educar, informar. E infelizmente, além de poucos, desses poucos menos ainda usam a verba para a informação. Infelizmente, nossa tradição não é essa

Um comentário:

Marie disse...

28.07.2005 | Verdade. Estou sentindo, na verdade, aquele gosto de guarda chuva na boca, aquela sensação de perda. Se havia um fio de esperança, ele se foi. O problema é saber que no PT existe gente boa demais e a mídia aproveita para generalizar tudo. É ridículo, patético. Mas também é ridículo o que seu Delúbio e os Zés do PT (Genoino e Dirceu) fizeram. Fica para nós, o povo, a facada no peito, a boca cheia de sangue, a tristeza, a decepção. PS: mas isso também aconteceu no governo passado e toda a imprensa ficou quietinha, é bem lembrar. Abraço, Mari, até a volta as aulas. Leo
Léo - leoharse@yahoo.com.br | http://www.infinitomenos2.weblogger.com.br

17.07.2005 | Só para ilustrar, afinal alguns são mais cidadãos do que outros. A lei é feita para todos mas só ao pobre obriga. A lei é teia de aranha, em minha ignorância tentarei explicar, não a temem os ricos, nem jamais os que mandam, pois o bicho grande a destrói e só aos pequeninos aprisiona..." Martín Fierro.
fpontes - |

13.07.2005 | Interessante teu blog, gostei mesmo, é bom saber que há muitos indignados por aí. O problema todo está na estrutura do Estado que é corrupto em seu DNA. O PT apenas nadou com a corrente e deu continuidade a um jogo antigo. Mas a imagem de Lula continua intocavel.
Landika - | http://maryland.zip.net

09.07.2005 | "A ideologia permanece." QUE IDEOLOGIA? Nunca vi isso no PT.
Walter - w_silva30@yahoo.com.br | http://

05.07.2005 | Ish, não fui eu não... mas bem, agora sou! Alguém está usando meu blog como endereço para comentários.. vc não é a 1ª pessoa a dizer isso... Seu texto é muito bom.
Carolina - undefined | http://asianserialkiller.weblogger.com.br

05.07.2005 | Belíssimo texto!
Dora - undefined | http://asianserialkiller.weblogger.com.br

02.08.2005 | A mulher e a menina em um mesmo corpo... achei que isso não era possível até conhecer você. Linda, radiante, amável, maravilhosa... tudo o que eu sonhava e achava que não existia. Hoje vivo apertando o doze que é o seu andar e num vejo a hora de te encontrar pras nossas conversas que varam noites. Se hoje me peruntassem o que é o amor, meus olhos radiantes e quase sufocados por 20km apontariam para você. TE AMO DEMAIS! Que nossa história seja por muito e muito tempo nossa :)!
Dorival - dorival.m@gmail.com | http://