sábado, 1 de maio de 2004

Blow up

Incrível como falta de sensibilidade é tudo nessa vida. Ontem, ao procurar dados adicionais sobre o Filme Blow up - Depois daquele beijo (1967), de Michelangelo Antonioni, eu fiquei estarrecida com a falta de delicadeza ao tratarem do filme. Primeiro, porque eles dizem que o filme é apenas uma inovação de Antonioni, sem atentar às metáforas que o autor traz, nem enfocam a mutação da realidade vivida por Thomas. E, já entrando no filme, esse é só mais um sintoma de nossa sociedade de zumbis. Antonioni chama de zumbis as pessoas que vivem na realidade da Swinging London: vida badalada, festas, drogas, liberdade sexual, moda e superficialidade. Aqui, falo de zumbis um pouco diferentes, mas mesmo assim, zumbis: textos como esses da internet, que se limitam a mostrar o caráter comercial de uma obra de arte são sintomas de uma "zumbização" incessante, onde os fatores subjetivos nada importam frente os objetivos. Aposto que os caras que escreveram a crítica nada se importaram com a fotografia, nem com as metáforas da trajetória, que nos fornacem um mergulho na nossa própria realidade e reforça a luta contra a superficialidade. Ontem, na aula de política, podemos ter um exemplo de zumbização: uma garota, ao discursar sobre os primeiros capítulos do livro de Zygmunt Bauman, MOdernidade e Ambivalência não conseguia de deslocar da ideologia marxiana ao formular suas perguntas, o que consistiu num erro pra lá de crasso, já que o Bauman mistura objetividade e subjetividade, se desvinculando de uma vertente marxista pura. A menina se tornou uma zumbi marxista, e isso é triste: não consegue intercalar seu pensamento com mais nenhuma vertente ideológica que não a marxista. Consuma-se então, o fato de que a especialização gera a burrice. Triste. Mas sabe que eu acho que as ciências sociais contribuem em muito para a "zumbização"? As pessoas vão ficando tão chatas, tão insuportáveis por causa de sua alienação ideológica que não veêm mais nada além das coisas que pensam acreditar, além de questionarem tudo a fim de demonstrar todo o seu "vasto conhecimento" (argh!). Amo meu curso. Por ele, tentarei não virar zumbi. Tomara que seja possível. ... Pleased to meet you, Hope you guess my name... Não foi bem com o vampiro a entrevista mais com o Zé Elite, Laymert. Ele assinou a minha requisição de bolsa de iniciação científica sem pestanejar e ainda elogiou o título do meu projeto, hehe. Sinal de que ele não ouviu minhas reclamações, ou melhor, não se lembra delas. Um problema a menos. Júbis Essa semana foi improdutiva, e tudo por conta de um pacotinho chamado Júbis. 8 meses e um apetite enorme por mamadeiras com farinha de 5 cereais e papinha de batata, frango e cenourinhas. Ah sim, sem esquecer do danoninho, a maior paixão de sua vida. Mas ela se foi ontem. Saudades do pacotinho! Macarrão, 14 Bis, Bis (o chocolate), Clarisse Lispector e Esquistossomose: uma noite na República do Sal Grosso Quarta eu fiquei lá na república do Jaum e da Pat. Bom! Jantamos um macarrão divino, e depois falamos de combinação de signos, ouvimos 14 Bis, comemos muito Bis, debatemos a genialidade de Clarisse Lispector e depois, pra terminar, ficamos lembrando daquelas ilustrações de ciclos de verminose, lembram, que sempre estavam nos livros de Ciências e Programas de Saúde? Primeiro o homem dando um "barro" atrás da plantação de alface e logo em seguida, um garoto comendo a mesma alface? Claro, havia outros ciclos também, hehe. Motivo pra muitas, muitas risadas! Esse é pra casar
Perfeito. Mamã me apresentou Cat Stevens (aliás, tudo o que eu conheço de bom foi a mamã que apresentou. Eu comia papinha escutando Queen). Se não bastasse ser gato e ter os olhos pretos do jeito que eu gosto (olhos como o do gaúcho :´( que eu conheci na noite de Maracatu, em Poa), o cara é sensível, canta bem e ainda é espiritualizado. Pqp. Mamã sabe de tudo: realmente.