sexta-feira, 31 de agosto de 2007

sábado, 23 de setembro de 2006
Começo, meio e fim


Aprendi que eu lido melhor com o meio de tudo. E como eu já disse e justifiquei para algumas pessoas, como eu gosto das quartas! As quartas dão aquela sensação de que vc já reuniu e gastou as forças do recomeço - é a partida para o fim, que ainda guarda essa expectativa, sem ter ainda que se preocupar com os instantes finais, que são tão dolorosos quanto a dúvida do começo.
O começo me cansa, não tem frutos. Tudo é promessa, e a cada instante vem a pergunta: porque é tão difícil o agora? O agora é cavar o raso.
O meio é onde se julga se o começo valeu a pena e onde se decide pelo continuar e terminar.
O fim. Eu quase nunca termino um livro, eu quase nunca termino nada do que eu começo. Será que todo mundo é assim?
Será que a perpectiva do fim nos constrange com nostalgia desnecessária, será que os fins de ciclos significam o fim da linha... Ou o que mais assusta é simplesmente a obrigação de recomeçar...

Marianinha
11:30, última aula do período. Luís Felipe, um ex-aluno e agora formando do 3ºano, me chama:
(Felipe) - Marie, vc já viu a sua filha lá embaixo?
(Marie)- Filha?
(Felipe)- É, filha. Tem uma menina ali embaixo, igualzinha a você. E com um agravante: outro dia perguntei se ela queria ajuda pra discar os números no orelhão, que ela não alcançava e ela me disse: "Sai menino, eu sei fazer sozinha". Marie, a menina é igualzinha a você. Olha, é aquela ali no bebedouro!
Olhei pra baixo, em direção ao bebedouro. Tem uns 7 anos, no máximo. E é impressionantemente igual MESMO.
E fiquei ali, embasbacada com a minha miniaturinha, que empurrava os amiguinhos de perto do bebedouro para que só ela bebesse água.


Às 00:15:57 MaritaPregou este panfleto
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quarta-feira, 6 de setembro de 2006
Sessão textos que estão saindo da gaveta - 01
Me segura
(Sobre todas as relações humanas e o perigo sensorial de se viver em sociedade)


E aperta forte. Mas bem forte mesmo.
Uma mulher de TPM é capaz de sentir as coisas mais diversas nos mais diferentes intervalos de tempo. E eu até gosto de escrever qdo estou nesses momentos pq quase sempre saem coisas completamente apaixonadas, das quais eu me semi-arrependo depois, mas acabam ficando aí mesmo, pq na verdade eu sou uma desavergonhada das coisas que eu sinto. Hipocrisia de mim mesma, não, eu não quero.
Pois ontem eu fui dormir com um aperto no peito. E eu nem sei como explicar, porque eu mesma passei boa parte da minha vida respondendo quando ficava assim, triste, que eu não sabia oq estava acontecendo. E na verdade eu não sabia mesmo, até hoje eu não sei pq eu fico assim, tão triste. O que eu sei é que eu tenho intuições quase sempre erradas. Mas erradas mesmo. Que me fazem sofrer. Sofrimento por antecipação, bom, talvez seja isso mesmo. Eu não tenho a insegurança de falar as coisas que eu penso ou o que eu sinto (eu gaguejo, eu, eu enrolo, eu tropeço e falo quase chorando, mas eu falo) - pois sim, isso o sistema não conseguiu me tirar - mas em todos os outros aspectos eu sou insegura sim. Caraca, esse é o meu calvário. A insegurança, a insegurança...
Estávamos, eu e Sue, conversando sobre uma pessoa que nada faz para ser querida, pois só mente, distorce e chateia, que, o maior medo que eu tinha na vida era esse, de não ser querida. Qtas vezes nessa vida a gente pronuncia, escreve, pensa e sente na palavra medo, não?
Pois eu acho que ontem qdo eu fui dormir eu tive esse medo aí, esse medo de não ser gostada. Mas não esse gostado superficial, de "gosto porque gosto, sei lá, porque gosto". Um gostado de verdade. Porque eu me lembrei de uma pessoa que me disse certa vez, do nada: "a situação não me cativou o suficiente". E me lembrei da frase horrível que o Jaum escutou quando uma amizade profunda, de anos, chegou ao fim "amigos vão e vêm". E me magoei com as duas.
O risco de escutar um "amigos vão e vêm"... O risco de se escutar "não quero mais, a situação não me cativou o suficiente". Leis da física agora regem as relações; movimento e quantidade.
Eu definitivamente não estou pronta pra essas coisas.
Eu me sinto andando em cima de uma gelatina gigante.
Será tão difícil viver assim, de verdade? Eu quero me entregar, mas eu também quero que as pessoas se entreguem pra mim, com tudo o que há de ruim nas relações humanas: o ciúme, as encrencas, os mals-entendidos, a cobrança por atenção, os puxões de orelha, o envolvimento desmedido e até a insegurança (tá, eu assumo que às vezes ela é necessária como medidor de verdade) de gostar e não saber se também é gostado. Eu quero a barbárie estampada na cara das pessoas que eu amo quando eu falo alguma coisa que elas não toleram, mesmo que não haja motivo. Eu quero a irracionalidade de mãos, bocas e palavras. Eu quero fazer parte dos planos, e não apenas escadinha para ajudar alcançar objetivos. Eu quero ser prioridade.

Eu quero ser amada.
De verdade.


(quem não quer?)

Medieval
Cazuza
Você me pede
Pra ser mais moderno
Que culpa que eu tenho
É só você que eu quero
Às vezes eu amo
E construo castelos
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias
E embarco num tour pro inferno
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média
Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo
Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras
Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental
Eu acredito em paixão e moinhos lindos
Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre, vai me desmentindo
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média

Um comentário:

Marie disse...

13.09.2006 | Marie...acho que a maioria das pessoas deve se sentir assim sabia...mas algumas tentam suprimir esses sentimentos/pensamentos... Eu, particularmente, sempre tive medo de não ser querida, de não ser amada...ich...já chorei tanto por pessoas que eu amava e que não davam a mínima pra mim...e bem...o medo passou???...sei não...acho que passar não passou, mas depois de 23 anos eu estou mais pronta a aceitar que não gostem de mim o tanto que eu gosto dos outros...hahaha...já pedi tanto um carinho, apenas um carinho em pensamento...mas ele nunca veio...hoje em dia eu não espero por nada....nada mesmo...estou meio desacreditada de sentimentos...eles dão muito trabalho e nós estamos na geração do facilitar o serviço ao m&#
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10.09.2006 | Meu Deusss...não estou sozinha no mundo! Me sinto exatamente como vc! Tô tentando superar, mas têm dias q tudo parece não ter solução. Gostei muito blog! Já tá no favoritos! Beijosss
K A R I N - karin_ckk@yahoo.com.br | http://

07.09.2006 | puxa, má que que texto foda! você traduz tanta coisa que está aqui dentro...não é só uma infância em comum que temos nós temos afinal ;) Bjão! Thiago
Thiago - |

07.09.2006 | Sabe aquelas frases e textos que a gente recebe por email, que geralmente são de "autoria" do Verrissimo, ou Mário Quintana? Então, na primeira vez, elas fazem todo sentido, depois que vc recebe umas dez vezes elas ficam todas iguais, assim como os livros de auto ajuda! Pois bem, e eu acabei por evitá-los, mas as vezes, essas frases "cliches" tão bem é certaz,e uma delas diz: "Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar".. e tem uma outra aí, que diz "Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.." Inseguranças, conflitos, medos (principalemente, medo..) todos nós temos, e muitos! Não se sinta um ET por
Sue Ellen - | http://sueellencruz.nafoto.net

08.10.2006 | Mary, Eu juro que sou fã do pagu, passo horas lendo, lendo, lendo e confesso: sou sua fã menina! Um bjão!
Gleisi - gleisi@gmail.com | http://

07.10.2006 | Ai, adorei o blog... Tava catando imagens da Pagu e vim parar aqui sem querer... textos ótimos e ainda citas Clarice Lispector, o grande amor da minha vida :) Parabéns!
Amanda - | http://www.umataldeamanda.weblogger.com.br

06.10.2006 | Mariana ... deixa eu subir neste palanque aqui ... 1) ser pagu ñ deve ser complexo, nad anormal, é querer ser uma mulher incrivel, unica,brilhante 2) te encontreii por ai/ pela rede e adorei o texto 3) tb adoro as quartas 4) sociologa? q legal!! eu, quase assistente social 5)parece feminista! eu tb 6) um abrço e voiu t add no orkut ok?? Abraçossss
Anna Patrícia - | http://www.amornomeio.blogspot.com

01.10.2006 | Marie...acho que o que me impede de realmente conseguir uma mudança eficaz na minha vida é o medo de recomeçar...fiz mto pouco isso...não me arrependi das vezes q fiz...mas demandou modificações tão grandes, mexeu com tanta coisa...que dá medo... Vc já leu aquele livro Quem mexeu no meu queijo?...se leu é mais ou menos aquela história... Agora, fiquei curiosa pra conhecer essa tal miniatura sua...rs...mtas pessoas me dizem que pareço com fulano, pareço com ciclano...agora uma miniatura eu não consegui ter, nem fazer...rs
Michele Fernanda Saqui - micheledasletras@hotmail.com | http://spaces.msn.com/perolasdamimi

23.09.2006 | Já escrevi sobre o medo do fim das coisas.. de como eu odeio quando as coisas acabam, tenho medo do novo tb, medo de não dar certo, de não ser tão bom quanto o que passou.. mas tenho mais medo do fim! porque ao começar, as vezes temos ânimo, um sentimento que instiga.. e se dá certo.. tenho medo de que acabe.. mas sem dúvida.. o meio é a melhor parte! o agora! sem pensar no amanha, nem no ontem.. lindo texto Mari! Bju
Sue Ellen - | http://sueellencruz.nafoto.net