sábado, 19 de junho de 2004
Como o governo te vê? Assim, olha!

Eu jurei que não ia me decepcionar, mas sinceramente heim. Esse governo está se mostrando um grande químico, está transformando nosso país numa verdadeira merda. Desemprego, fome violência mais que alarmante. Sem falar no episódio lastimável que aconteceu no Rio semana passada... "A passagem da tocha Olímpica". Espetáculo no maior estilo pão e circo. Sim, enquanto o trapalhão mais sem graça do mundo corre com a tocha na mão, pessoas são assassinadas pela máfia do tráfico. Mas tudo bem, ainda queremos a Olimpíada no Brasil. Sinceramente. Jurei que não ia ficar malhando o governo que eu ajudei a eleger, porque eu acho muita hipocrisia. Mas estou começando a achar que devemos todos colocar nossos narizinhos vermelhos e sair para as ruas. Impossível que o Brasil seja tão medroso a ponto de apanhar desse jeito e ficar quieto. A gente elegeu, não foi? Então. A gente pôs, a gente tira! E como diria o poeta Cazuza, vamos pra RUA, pois enquanto isso... o judiciário tem mais aumentos e a gente continua na lona sem emprego ou com salários medíocres. Basta! O poeta não estava ali E na quarta-feira fui com Thyrso assistir um filme muito esperado por mim. Como fã do poeta da turma do abraço, Cazuza, eu estava LOUCA pra assistir. Pois é. Não gostei. Não sei se é porque, desde pequena eu esperava alguma homenagem desse tipo ao Cazuza, eu posso ter esperado demais. Mas a verdade é uma só: o filme mostra uma só face do cantor: ele banaliza o poeta, que por sinal, não participa do filme. O Cazuza que participa do filme é o bagunceiro, o que não não tem poesia nenhuma na liberdade que pregava. Liberdade ali se confunde com libertinagem e o Cazuza nos aparece como um burguês que gasta o dinheiro dos pais em putaria e maconha. A fotografia é péssima e embora seja abordado ali toda a esbórnia dos anos 80 e suas festinhas de rock e ácido, eu vi um enfoque muito moralista: é como se o poeta fosse castigado pela gana de viver, como se fosse um pecado: ele aparece ali, acuado pela doença. O filme não faz jûs à grandeza de Cazuza. EU SOU FÃ DEMAIS PRA ME CONTENTAR COM AQUILO! É um filme para quem não é fã e para quem não conhece a trajetória do Cazuza: prato cheio para " novos fãs", que contemplarão o poeta não pela sua qualidade e sim porque virou MODA. E nem adianta as patricinhas irem correndo para os cinemas para apreciarem a bunda do Daniel de Oliveira: ela não aparece. Aliás, esse menino e os outros atores do filme dão um show a parte, que é o que segura a produção mal feita, mal montada e desrespeitosa. O filme vale pela cena em que mãe e filho cantam "As Rosas não Falam". Pena que as patricinhas, que choram nessa cena não conhecem Cartola, senão o choro seria mais gostoso. Eu chorei rios de lágrimas, é uma cena muito delicada, muito bonita, ponto forte do filme, junto com outra cena: a cena em que ele procura a casa da Frejat para se apresentar à banda que futuramente seria "Barão Vermelho: nos closes e no rosto do ator, pode-se perceber a alegria de viver, a impetuosidade e a luz enfim, a verdadeira essência de Cazuza: só um espectador muito atento vê poesia nesse filme. Uma pena