domingo, 30 de dezembro de 2007

Transbordo. Essa palavra é a que uso para começar esse texto. A gente sempre tem que começar de algum lugar, e agora siginifica que estou transbordando. De contentação e com medo de que ela se vá.


Não é sólido e não é líquido. É um tipo de pozinho translúcido que sobe pelo estômago, passando pelo peito e se instalado na visão, que projeta aqui, internamente, a figura de quem eu amo.


Se pudesse, não abriria mais os olhos, só para continuar vendo (sentindo?).


E assim estaremos juntos na noite de Ano Novo e em todos os outros dias em que estivermos separados pelos 75km.


Te amo. Te sinto.



Pra terminar bem brega, posto aqui a música que eu mais toquei para o meu amor nesse 2007. Todos os créditos para o Guitar Hero. E por coincidência, a raxa se chama Marianne!


Boston - More Than A Feeling (1976)

Kerry Livgren
I looked out this morning and the sun was gone
Turned on some music to start my day
I lost myself in a familiar song
I closed my eyes and I slipped away
It's more than a feeling, when I hear that old song
they used to
play (more than a feeling)
I begin dreaming (more than a feeling)
'till I see Marianne walk away
I see my Marianne walkin' away
So many people have come and gone
Their faces fade as the years go by
Yet I still recall as I wander on
as clear as the sun in the summer sky
It's more than a feeling, when I hear that old song
they used to
play (more than a feeling)
I begin dreaming (more than a feeling)
'till I see Marianne walk away
I see my Marianne walkin' away
When I'm tired and thinking cold
I hide in my music, forget the day
and dream of a girl I used to know
I closed my eyes and she slipped away
She slipped awa y. She slipped away.
It's more than a feeling, when I hear that old song
they used to
play (more than a feeling)
I begin dreaming (more than a feeling)
'till I see Marianne walk away
I see my Marianne walkin' away







sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

No sábado de manhã escutei a música que segue.
Chorei que nem criança. Na verdade eu voltei a uma cidade do interior de São Paulo, chamada Itapira, onde passei a primeira infância. Meu pai era propagandista de uma fábrica de tintas e corria São Paulo dando cursos de aplicação de produtos.
Eu via pouco meu pai.
Quando ele chegava, no toca fitas (nem cheiro de CD naquela época...), estava sempre Toquinho e Vinícius, Creedence, Mercedez Soza e Elis Regina. E "as asas da Pan Air" me levavam para os lugares mais lindos e doces quando meu pai estava de volta e íamos passear na praça da árvore, mamãe, eu, papai e Bibi, que era um neném e só dormia andando de carro...

O que eu desejo?
Que em 2008 sintamos novamente tudo aquilo de mais especial. A magia do sorriso do irmão menor, o cheiro de dama da noite quando nos balançávamos nos parquinhos, a alegria da volta de alguém querido, enfim. Tudo aquilo que nos completa a essência.

Obrigada por fazerem parte do meu 2007,

Mariana Lima Marques
27.12.2007

Conversando no Bar - Fernando Brant e Milton Nascimento

Lá vinha o bonde no sobe e desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E de um tiro que ele não levou, levei um susto imenso
Nas asas da Pan Air
Descobri que as coisas mudam e que o mundo é pequeno
Nas asas da Pan Air
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo fruto
Sem nenhum pecado, sem pavor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que a minha arma é o que a memória guarda
Dos tempos da Pan Air
Nada existe que não se esqueça, alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe que não se esquece, alguém insiste e fere o coração
Nada de novo existe neste planeta que não se fale aqui na mesa de bar
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu, morri a cada dia dos dias que vivi
Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Pan Air
A primeira Coca-Cola foi, me lembro bem agora, nas asas da Pan Air
A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Pan Air
Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal
Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais
Em volta da cidade...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

domingo, 2 de dezembro de 2007

30-5=25

Esse ano começou com alguns balanços. E os primeiros foram químicos. Aprendi que dar 40 aulas semanais deixa doente e acaba com o psicológico da gente mas aprendi também que eu simplesmente não consigo ficar sem as crianças. E se elas são pequenas, como agora, o mundo fica ainda mais completo.

Aprendi que depois do balanço químico eu me tornei uma pessoa melhor dentro de casa. Menos nervosa e mais tolerante. E agora aproveito melhor as pessoas que eu mais amo.
Aprendi que existem amigos pra toda a vida. Que tem aqueles que em 2007 vc não viu, mas que continuam sendo seus amigos. Que você encontra um amigo no busão e fica a viagem toda abraçada com ele, por puro sentimento de saudade, de querer ficar perto, pq oq vc sente é amor. E isso independe do tempo, e da distância.
Aprendi que bater boca não leva a nada e que é melhor concordar com tudo, sempre discordando internamente. É um processo de análise das pessoas, e de como elas podem ser medíocres de vez em quando.

Esse ano fui madrinha de casamento. Esse ano, fui pela primeira vez a um casamento. E uma outra grande pessoa também foi madrinha desse mesmo casamento. E estávamos lá, compartilhando esse momento.

Esse ano ganhei uma sobrinha. Ainda não conheço a Esther, mas filha do Marcão só pode ser minha sobrinha. E ela tem olhinhos claros, mas é a cara do Marcão. Uma florzinha.

Descobri que sou tia de todos meus aluninhos de 5-10 anos. Fico brava, eles me irritam, mas como gosto de receber o beijinho no final da aula.

Esse ano publiquei meu primeiro artigo. E apresentei também. E gostaram. E eu fiquei mais confiante.

Esse ano comemorei, como há muito não comemorava, um ano de namoro. Um ano e... 5 meses de namoro. Companheirismo, boas, boas risadas, milhões de beijinhos e autenticidade.

Foi nesse ano que entrei no mestrado. E foi então que eu decobri que eu não sei porra nenhuma mesmo.

No começo desse ano o Défi se foi pra sempre da minha vida. Perdi meu melhor amigo n. 2. mas no começo do ano eu estive com Bianca. E a gente daçou muito U2, depois de eu ser barrada na entrada do lugar por ter menos de 18 anos (sic).E esse ano não fui pro Rio ver meu amigo Renato. Muita, mas muita saudade mesmo.

Nesse ano meu vagaluminho ficou adulto de fato. Decisões de adulto, ingresso na faculdade. Minha mãe está quase ingressando na faculdade tb. E meu pai tem lindos fios brancos que fazem dele um véio bonito da porra!

Esse ano eu senti de novo o que é o maior significado da saudade. Sinto até agora o sentimento da busca que não cessa. Cada passeio de carro é o querer saber pra onde a nossa Maia se foi. E
como eu queria ela de volta.

Esse ano eu chorei por não poder mais cnfiar na minha crença petista. E vi que tudo muda, mas ainda mantenho a esperança. Talvez seja brasileira, e por isso, não desisto nunca.

Esse ano um ser loirinho se foi para os EUA. E amizade que é amizade, continua mesmo além-México.

Esse ano chegou em casa um ser pretinho. Gordinho. Orelhudo. Que dá a baíga! Que dorme nas camas e acorda a família pra não ficar sozinha.

Esse ano parei de dar peteleco e apertar as coxinhas gostosas do Max. Respeito a um velho senhor.

Ganhei um amigo! Ah, como eu sinto saudade daquela almofada que se chama Antonio...

Esse ano escutei pela primeira vez "quero ficar a minha vida toda com vc. Fazer pizza e ficar velhinho". E eu quis também.

Joguei boliche pela primeira vez. E ganhei!

Amanhã faço 25 anos. me sinto velha, sim. Reclamo, verdade. Mas ainda tenho meu vestidinho azul.