sexta-feira, 31 de agosto de 2007

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
Cadeado, contratos, presentes e coisas de verdade


Com o tempo a gente aprende que o recomeçar é imprescindível, e aí a gente ergue a cabeça e segue em frente. Mas algumas pessoas não tem o medo do reinício.Mas, como eu, tem um certo pânico do corte. Eu fico pensando se o meu problema foi meu parto. Eu imagino como eu devo ter sofrido intensamente de ter que me desligar do cordão que me segurou durante nove meses, mesmo sabendo que a separação me levaria para os braços da mamã. Minha depressão deve vir daí. Eu simplesmente não consigo cortar laços, sejas quais forem, mesmo sabendo que depois coisas melhores virão.
Vejo as pessoas se descolarem das coisas, empregos e pessoas na maior facilidade, como se nada fossem os anos de empenho, amizade ou apego. Não sei viver assim e mesmo que esteja ruim, eu fico me apegando àqueles detalhes que já nem existem mais. Esse meu distúrbio também pode ser chamado e diagnosticado como burrice, mas não vem ao caso agora.
Sempre que acontece alguma porcaria, a primeira coisa que eu penso é: eu vou dar um jeito. Eu vou conseguir. E acho que todo mundo pensa isso, é o instinto de sobrevivência. E eu vou começar a viver menos dolorosamente quando aprender a cortar laços.
Cadeados também prendem, e o meu, esse que eu touxe pra casa na quarta, não deveria ter saído jamais do armário na biblioteca da Unicamp. Com o tempo, apesar das pessoas horríveis, forasteiras e sem nenhuma alma, eu vou aprendendo que aquele é meu lugar. E vou me conformando com a idéia de que eu poderei ser acadêmica e dona de casa, porque, como eu disse outro dia para a Sue, meu maior sonho é trocar fraldas enquanto ficho "Economia e Sociedade" do Max Weber. E tomara que meu filho não me odeie por isso, a maior prova de seu ódio será se ele seguir profissões como Administração, Contabilidade, enfim, essas coisas sem alma. Mas isso não vai acontecer. Agora que meu cadeado está em casa, eu sinto que as coisas estão certas. Por mais que tenha me dóido a transferência de um armário para o outro, eu sinto que está certo. Existem lugares que não são e nem merecem a gente. Unicamp, estou de volta!
Odeio final de ano, mas esse está sendo peculiar. Coisas boas, coisas ruins, mas uma certeza: parece que está indo tudo para o seu devido lugar. Sabe aquelas bolinhas de mercúrio que vão se juntando quando o termômetro quebra? É isso que eu sinto agora na minha vida. Novamente, eu sinto tudo se arrumando devidamente onde deveria estar sempre.
Odeio final de ano. Mas eu adoro ter amigos. Adoro ter uma família de verdade. Adoro saber que o cara que eu amo me ama.
Uma das maiores frustrações da minha vida era não ter sido pintada quando entrei na graduação. E ontem, o que as duas patetas Mie e Sue fizeram? Pois vieram até a minha casa com dois potes de guache e me detonaram de tinta. Eu é claro ADOREI. Uma carga de emoção forte para o dia em que abri a porta da sala da 6ª 2 e me deparei com um cartaz: "Professora Mari, FELIZ ANIVERSÁRIO. A 6ª.2 pede desculpas". Na mão de um aluninho bochechudo, uma caixa de presente com o sabonete de morango que eu queria. Na mesa, bolos, nas boquinhas o estridente "PARABÉNS A VOCÊÊÊÊ" e nas perninhas, velocidade para pegar o melhor lugar no abraço coletivo. Mais emoção hoje, chegando do trabalho. Envelope vindo do Rio de Janeiro. Dentro dele, um DVD do BB King. Era meu melhor amigo Renato me bonificando por eu não ter podido ir assistir o show com ele no Rio, junto com inúmeros convites Regina decorados com o Ursinho Pooh neném para que eu convide maes amigos para a minha festa (que já foi, mas enfim HAHAHAHA)...
Victor Hugo escreveu no poema mais clichê de todo o universo: Desejo que quando estiver bem cansado ainda exista amor pra recomeçar". Então eu não devo me abater pelo final de ano, porque se o privilégio for amor, então eu tenho é muita sorte. Porque as pessoas que eu mais amo nessa vida repetiram várias vezes que me amavam nesses dias difíceis. E como eu precisei disso... E foi suficiente pra que tudo estivesse bem nessa sexta-feira, 15/12, embora os diários de classe entregues e as notas fechadas deem um ar de finalização a tudo. Acabou. mas como existe amor pra recomeçar, heim? Dentro e fora.

Existe amor pra recomeçar!


Juntar família, amigos e alunos numa mesma festa (foto só das calcinhas! os cuecas ficaram exilados no outro lado!)


Dançar até cair Stayin' Alive, sem ligar se os outros estão vendo o vexame, ir quase até o chão e fazer a mesma coisa em cada refrão! E ainda cantar no megafone do cara da banda!


É só amor. Sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente, como diz a música. Porque além de tudo, faz aniversário no mesmo dia do Érico Veríssimo! Amo você! (chega, mais, apenas no plus!)


Ter as duas patetas (quem é a terceira/ heim? heim?) para proporcionar isso:




Ter eles pra segurar todo o resto. Assim fica fácil!

Esse é o combustível do recomeço!

E daí, final de ano já é o maio clichê!
Lá vai:

Eu te Desejo
Eu te desejo não parar tão cedo
pois toda idade tem prazer e medo
E com os que eram feios o bastante
que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste que seja por um dia
e não o ano inteiro
Que você descubra que rir é bom
mas rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar
Eu te desejo muitos amigos
mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste que seja por um dia e não o ano inteiro
Que você descubra que rir é bom
mas rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar
pra recomeçar
Eu desejo que você ganhe dineiro pois é preciso viver também
E que você diga a ele pelo menos uma vez quem é mesmo o dono de quem...

Um comentário:

Marie disse...

23.12.2006 | Marieee...mentira q vc não corta laços, eu tenho a prova da sua boca q vc corta sim...a afinal, pq não cortar laços com as coisas q nos fazem mal??? Devemos andar pra frente...e se tiver obstáculos, pula-los... Marie...nossa vida mais uma vez deu uma reviravolta, mas pense, o amor nunca muda, ele sempre se apresenta da mesma forma nas pequenas coisas...e são elas q fazem a vida valer a pena. Tenho certeza q daquele lugar ng é mais rica do q a gente. A riqueza de alma não se compra...
Michele Fernanda Saqui - micheledasletras@hotmail.com | http://spaces.msn.com/perolasdamimi

18.12.2006 | sabe, eu tb tenho medo de cortar laços. Parece que tudo que vc acredita, desmorona. Mas.. com o tempo, eu fui vendo que aquilo que eu evitava.. era o melhro pra mim! E comecei a acreditar que existia algo maior naquilo que está fora do nosso alcance! Vai dar tudo certo, sempre dá! Ainda mais se a gente se ajudar! E um sorriso aqui, completa outro lá, que realiza outro sonho acolá.. e assim, a gente não perde a esperança! Foi lindo realizar seu sonho! Foi lindo ver vc feliz! E que (apesar do Natal..=/) O ano termine em clima de recomeço...a cada dia, pra que nunca a gente desista! Adorei o post! Te Amo! Bjus ps.: esse comentário aí debaixo.. é sério?? affffffffff
Sue Pechena - | http://sueellencruz.blogspot.com

16.12.2006 | Pitty de cu é rola. Mas que carai, nem leu!!! Só pq o Complexo é rosinha essa anta pensou que se tratasse de uma Paty? Ah, Paty de cu é rola, né? Mari, eu li seu post, adorei!!! Cadeados foram feitos para guardar as coisas certas, provinhas de cu é rola de bestas de cu é rola merecem fogueira. Das grandes. bjo!
Bié - | http://pittydecuérola.com.br

15.12.2006 | olá! eu tava por aí e vi seu blog , gostei mt. Olha, estou começando com o meu , é sobre a Pitty. Diz aí , vc gosta da Pitty ?
- | http://fdprock.weblogger.com.br