sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Ela passou boa parte do seu tempo exercendo sua função mór: encaminhar os outros em suas vidas, tortas, desconexas, auxiliando nas alternativas teimosas de alguns, ou nos erros evidentes de outros. E foi assim desde pequena. Viu a mãe e o pai se esfolarem, a pessoa que mais amava cair feito uma velha árvore no chão, falou com a tia quando ninguém mais conseguiria. Tinha vontade de dar uma chapuletada na avó, mas se manteve fiel até o final. Afinal, as pessoas com as quais mais brigamos são as que mais nos amam, de fato.
Cresceu. Constituiu aquilo que ela tinha, mas que nunca vivenciara: família. E não sendo judia, é o exemplar mais autêntico desse tipo de mãe. O amor chega a sufocar. Um passo além daquilo planejado por ela é desconjurado, repudiado, pisoteado. Talvez esse seja o significado de ser mãe.
O vestido azul da formatura, o rosto pintado no dia do trote ou amedontrado antes, no último dia do vestibular, a mão gelada no dia da defesa de tese. As pessoas veem as fotos, e dizem que as meninas (que se parecem com ela), além de bonitas, são muito competentes. São mesmo. As pessoas têm toda a razão. Mas talvez nada seriam sem as histórias do Cazuza de Viriato, ou da linda saga do pai Tomás.
Com certeza, não...

sábado, 1 de agosto de 2009


Resenha de Renato Pastor sobre o albergue "mais descolado do Rio de Janeiro".

"Cansado de ser um mochileiro padrão ?? mais um turista ??... um albergue alternativo para pessoas alternativas no Rio de Janeiro ... perto de tudo, seguro, limpo, maneiro ... simplesmente diferente"

Bom, eu acho então que nao sou tão alternativo assim. Porque, se ser alternativo significa dormir num quarto sem forro, com uma goteira na cara, ter que sair embaixo de chuva pra dar um barro num banheiro FORA de um quarto que paguei 80 PORRAS de reais cada diária (totalizando 240 reais), ter que tomar banho num banheiro COLETIVO e ter que almoçar sentado numa merda de um puff sujo rodeado por gente que eu não conheço assistindo filmes cult, então eu sou o cara menos alternativo do universo. Me inclua no time dos quadrados.

Porque, sabe, quando se trata de gastar meu dinheiro, não dá pra ser tão alternativo. Gosto de ter onde lavar meu rosto, tomar um banho antes de deitar, com o mínimo de comodidade. Seria legal se o Tupiniquim hostel levasse o "alternativo" lá da sentença de apresentação deles até o preço, porque a única maneira de eles se livrarem de apresentar um quarto PORCO daqueles é se eu tivesse pago 50 reais por todos os 3 dias. Alternativo MY ASS.

O mais legal disso tudo é que , olhando pelo site deles, parece uma coisa realmente bonitinha e limpa. O que não poderia ser mais longe da verdade. Sabe aqueles tipos de gente de faculdade, que fica o dia inteiro com a bunda sentada em puffs no Centor Academico? Imagine chegar em uma recepção pra marcar sua estadia num cenário desse. TÃO charmoso e original. E LIMPO. Agora imagine dormir nesse cenário, com gente jogando ping-pong e fumando maconha trombando com você a cada vez que você precisar satisfazer as necessidades mais básicas, tipo, sei lá, tomar banho. Charmoso e divertido.

Então resumindo: NÃO RECOMENDO o albergue Tupiniquim. Você vai ver no site deles váááários testemunhos de gente que adorou o lugar, e que vai recomendar para os amigos e coisa e tal. Mas eu não aceitaria conselhos daquele cara descalço com calças quadriculadas que pode ser encontrado em todas as faculdades, sobre onde eu deveria dormir.

Como eu disse, me inscreva no time dos quadradões. Gosto de poder tomar banho sem ter um argentino que eu nem sei o nome olhando pras minhas canelas. Albergue Tupiniquim: Um lugar PORCO para pessoas PORCAS.