segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um ano se passou. E eu, que mais uma vez só queria segurar a sua corda, agi radicalmente. Paguei alto pelo meu ato, conto as moedas até hoje, sinto a dor mais profunda que é a da impotência, a dor da falta, que apenas não é maior que a dor da decepção.
    Me pesa aceitar que o clichê do tempo, ah o tempo, esse que tudo leva seja realmente verdadeeiro. E por mais que eu me sinta melhor e tenha reaprendido a conviver com a vida que não existe mais com você, eu ainda não sei fechar a porta. Mesmo que você tenha me dito "você precisa ser forte", quando eu tentei rever meus atos e você, numa atitude arrogante de si mesmo se perdeu, não considero fraqueza a minha ferida. Compreendo como entendimento.
    Um ano. Cortei meu cabelo curto, tentei revolucionar meu modo de vida, mudar de estado, de profissão e de plano terrestre. Fiz todas as tentativas mas não consegui me esconder de mim mesma. Tenho muito mais cabelos brancos agora, uns quilos a mais, umas rugas de expressão. Mas meus amigos ainda me acham bonita. Mas o que eu quero mesmo é voltar a ser eu.
    E, por mais que eu ainda sofra, eu tenho a certeza que foi melhor passar mesmo tudo isso. Porque só assim eu tenho a certeza de que ainda sinto. De que nada camuflei, de que não me escondi nem me acovardei. E que me mantive de olhos bem abertos durante todo o processo, pois essa é minha conduta diante da vida. Não seguro mais a corda de ninguém, pois não se sustenta aquilo que vaga no ar, sem rumo.

E tenho dó de quem não tem coragem.