quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Inconscientemente, eu me tranco nesse quarto. É estranho, mas é seguro. É egoísta, mas é confortável. Se eu quiser dormir eu durmo, se eu quiser ler eu leio.
Eu. Eu. Eu.
Tem me incomodado as sessões de terapia. Só existe um eu que na verdade já está enchendo o saco. É um festival de auto-piedade que no fundo, serve de acarinhamento de si prórprio. Minha psicóloga faltou semana retrasada por estar com sinusite e eu, no meu estado mais EU, esqueci de perguntar se ela estava melhor. Já falei pra ela que me deprime mais ainda ter que ficar falando só de mim, como se só eu existisse no mundo. Odeio pessoas que não enxergam nada além de seus problemas, desafetos e desamores mas é exatamente assim que eu me sinto quando estou lá sentada. Às vezes tenho vontade de falar: boceje, é chato mesmo. Você não me conhece, mas é paga pra me ajudar a desvendar um labirinto interno que se eu não sei a saída, quem é que vai saber? Intercalo meus problemas fazendo perguntas sobre a vida dela. Acho mais justo e menos sangue-suga.
Meus problemas, como só existissem eles. Noção de indivíduo, maldita pós-modernidade.
A tirinha é de um amigo do João, psicólogo. Manda muito bem e o blog dele é http://www.moscascomics.blogspot.com/ . Visitem!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ursinho Internacional

E eu sou babona mesmo. Nem disfarço.

Segue o link com a biografia do Rê, que é parte integrante de um piloto de TV nos EUA. Os desenhos dele estão lá!

http://www.mildmanneredtv.com/Crew.html

E essa é a galeria!
http://klaatu81.deviantart.com/gallery/.


!!!!!!!

sábado, 1 de setembro de 2007


Sábado, 01 de setembro de 2007



Durante a adolescência, é muito comum termos um diário, onde os meninos da escola e suas patifarias para com a nossa pessoa são as grandes vedetes de uma história banhada de lágrimas e exagero, que a gente só vem achar ridículo uns 20 anos mais tarde, porque sim, vocês sabem, orgulho ferido e diamantes são eternos. Eu mesma demorei dois séculos pra esquecer figuras que hoje eu nem reconhecia na rua, porque devem estar feios e gordos, longe daquela graça que esbanjavam no alto de seus 10 anos de idade.

(Pra quem escrevem aqueles que estão apaixonados?)

Hoje eu quero fazer uma reflexão. E agradecer todos os pelancas que passaram pela minha vida, de coração aberto. Pois, sabemos também, que se um dia gostamos desses caras, é porque uma coisa nos encantou. Só que essa coisa foi ficando pequena diante de todos aqueles defeitos ridículos, tais como se achar o tal, ou olhar pra bunda das gordas que andam empinadinhas nas Titans da vida, ou destratar um garçon, se referir a filme pornô como "filme de foda", ou te pedir em casamento ao mesmo tempo que mantém uma namoradinha adolescente que tem foto de coelhinha no Orkut (patético).

(Eu sei. Para aquele que o sorriso preenche todo um vazio, que faz andar os pés e caminhar a esperança, renovar a vontade).

Porque, se eu gostei (e eu sempre me deixei gostar muito das pessoas, acho incrível a peculiaridade de suas qualidades e fico fudida com o download recessivo de caráter que algumas tem). Eu sempre gostei também de ver a cara de encanto delas quando gostavam de alguma coisa em mim, e como se fincava um estilete no meu orgulho cada vez que essas pessoas avançam a lanterna perspicaz para meus piores defeitos. Uma pessoa que saca seu campo, descobrindo um defeito ou uma faha só pode ser brilhante! Acho que sou uma anti social que admira as pessoas (sim, gostar é uma palavra muito forte).

(A inspiração vem da saudade que já está aqui, e da força motriz que é a espera do reencontro no final da semana).

Em suma, o que quero dizer com essa bla bla bla patético- nostálgico (sic)? Um simples eu te amo às vezes vira nada perto de um eu te amo que é cabeça, pernas, cada fio de cabelo, poro, coração. Acho que a melhor expressão vem a ser: eu te sinto. Porque quando não se pode estar junto o que fica é cheiro, risadas daquilo que foi dito e feito, fechar dos olhos, saber que apesar de 50km, a gente está junto.

(Eu te sinto).
domingo, 22 de julho de 2007
Alta cumplicidade



Quando era menor e mais pura, eu conseguia escrever poemas. São eles que expõem de forma implícita os intensos momentos da vida, sem dar detalhes nem contar o porquê.Contar tudo tudo é banalizar, mas como contar agora?
Continuo gostando de escrever, porém, meu texto em prosa eu já nem sei se é conto, crônica, texto corrido, conjunto de tópicos um tipo de bossa que deve mesmo se enquadrar na nova categoria = post. Deve ser.
A intenção é de poema, pois só um poema explicaria pelo caráter de adjetivo que a palavra tem. Mas vai do jeito que eu sei fazer.
A gente não sabe nada. Mas o que cala fundo fundo, a gente sabe e conhece muito bem. Como classificar momentos únicos, encontros felizes e preenchimento desse espaço que alguns chamam de sina, longa estrada, mas que eu gosto mesmo é de chamar de vida.
Enfim, se a gente for pensar que essa de classificação é uma bobagem iluminista, a gente passa apenas a sentir. O quanto é bom pensar que de fato não se esconde nada, pq quando se é, esse verbo que não exige complemento, apenas é. Porque aquilo que existe (é) é suficiente. E isso a gente não sabe, a gente só sente. É o cheiro, é o toque, é o gosto. É estar em casa, é o sono tranquilo. É plenitude, é toque no fim da noite. É não se enjoar. (Ou alguém se enjoa do doce predileto, do cheiro da fruta que mais gosta, ou de ler uma carta carinhosa?)
É querer sempre, é ter saudade antes mesmo de sentí-la. É o sorriso que sempre me espera. É o apertar das pálpebras, mergulhar num filme fresco onde só existe carinho, cumplicidade, amor, vontade de estar junto, muita admiração e a vista do outro lá na frente. É o único lugar onde eu quero estar.
domingo, 15 de julho de 2007

Essa noite eu sonhei que estava sem amigos. Eles passavam por mim e não me reconheciam. Outros diziam que eu não estava agindo bem ultimamente, e por isso se afastaram. Não sei ao certo o que isso quer dizer, talvez seja só solidificação de medo, eu só sei é que isso acabou servindo pra eu pensar, em cada um dos meus amigos de verdade, e ver o quanto é fácil se não formos atentos ou carinhosos, seja lá qual for a palavra, esquecer, se desvincular ou não mais reconhecer as pessoas. Tava olhando as fotos no meu album do orkut, onde tem tanta gente querida e não adianta, acabo sempre pensando na vida dessa gente q me faz tanta e tanta falta. É o casal de amigos que se conheceram na Unicamp, começaram a ficar no dia do seu aniversário e agora estão trabalhando juntos na mesma Unicamp. Viva o funcionalismo público que junta os casais! Minha amiga de tantos, tantos anos, que senta no sofá de casa 18 anos depois´e é simplesmente a mesma menina de 1991. Minhas amiga que jamais ia casar, mas que foi a primeira da turma a ter um bebê e da qual, no último dia 07/07, fui madrinha de casamento em Vinhedo - SP. Nunca tinha ido a um casamento antes. São minhas amigas mestrandas, que foram pra longe de mim, mas q estão sempre tão perto. É o meu amado amigo carioca que trocou a Engenharia pelo Direito com a maior coragem do mundo, e que é amado tanto! . É minha amiga artista que vê borboletas no caminho. É amigo se metendo com mulher casada, é gente trocando de profissão. É amiga se resolvendo e indo embora para os States, com a promessa de contrabando. É amiga que sai com o chefe e se apaixona, é amigo que foge de casa, é (são) amigo (os) (as) que te decepciona (m) e vai (ão) embora como se você não tivesse existido. É o amigo que foi pai dia 25 de junho e te faz repensar toda a sua vida, inclusive a presença dele na sua roda viva. E eu quero continuar sabendo de tudo, para reconhecer. Não quero me perder de ninguém. Essa semana fiquei tão deprimida por causa do meu rosto, todo empelotada por uma alergia misteriosa. E acho que é justamente porque gosto do meu rosto. Porque nele reconheço minha família, minha história, o nariz dos Lima, o cabelo dos Marques, e por aí vai. Não perder, não me perder
quarta-feira, 2 de maio de 2007



Fazia tempo que não me vinha esse tipo de inspiração. E eu, que me recuso pensar que algo possa cair na rotina. Mas não pode, porque não há nenhuma vantagem em ser teimosa se não for pra tentar fazer cada dia diferente. Nem que isso gere esforços tremendos, de rir quando você quer chorar, de brincar quando você quer esmurrar, de comer quando você não pode pensar em nada caindo no seu estômago, de sair pra procurar o que ninguém vai te convencer de que você não vai achar. E isso, é evidente, eu aprendo dia-a-dia com a minha mãe, porque é o que ela faz desde que eu me entendo por gente. Lembro de meu avô doente no hospital, nós acabados de tristeza em casa, mas sem deixar a peteca cair. Toda noite, antes de dormir, sentávamos na cama e dávamos altas gargalhadas de nós mesmos. Eu, dona Iza, papai e Bibi. Cada um com a sua dor, mas sabendo que com ela, não dava pra continuar, e que pra manter aquele que você ama de pé, é preciso fazer isso. E pra isso, quanta coragem. Então, eu posso dizer que minha mãe me ensinou, entre tudo de tão embasador, a ter coragem. Acho que não se precisa mais que isso pra viver não.
Mas também não é fácil ter coragem. Ainda mais nos dias de hoje, que tudo vem e vai tão fácil, e onde o fundamental e o supérfluo se misturam numa dança que a gente se confunde. Existem tantos caminhos mais fáceis.
Não para os teimosos. A gente tenta até o fim. Outra coisa que eu aprendi com a minha mãe: ir até o fim. Uma amiga minha, a Júlia, disse ouro dia "eu sou uma burra, pq o lema de Júlia é tentar até o fim". Dona Iza até me irrita, porque pra ela não existe final. Às vezes pra você já deu e ela ainda quer ir mais além. Pra ela tudo tem jeito, e ela dá um jeito mesmo. Ela veste a camisa e não larga a torcida nem embaixo de pancada. Quando era pequena, eu costumava cantar os doces versos de Carcará: Podem me bater, podem me ofender... Podem até me deixar sem comer... Que eu não vou mudar de opinião . Ela dizia que essa era meu tema, mas pensando bem não é só o meu não.
Rir, rir e rir. De verdade, perder o fôlego, ficar com coceira no corpo e lágrima nos olhos. Passar por cima das coisas e segurar o que é importante e o que vale a pena. Porque na verdade é o que realmente importa que fica: o amor, o carinho, a vontade de estar junto, as palavras que não faltam, o abraço sincero, a cumplicidade, o sorriso quando se acorda, os momentos bizarros que se enfrentados juntos, viram uma festa! E se tem isso, já não falta nada. A gente enfrenta o resto: falta de dinheiro, caras de merda, descrença alheia, futuro indefinido, amigos falsos e gente sem alma não são nada perto do que se tem. E eu tenho!
segunda-feira, 16 de abril de 2007

São 20h10. Acho incrível a capacidade dos minutos não serem nada quando a gente se sente vazio. É como se eles passassem sem nenhum efeito colateral ou não. Os minutos que passam em vão, que nada resolvem, em que nada se produz nada mais são que esse nada que se tornam em tempo. Tempo, perdido. O nada se enche do que então se perdeu. Acho que repentinamente, eu me enchi de perder. Foram tantas coisas importantes na minha vida que eu simplesmente perdi na última semana que eu sinceramente não sei como preencher esse vazio que está cheio de impotência que beira a decepção não concretizada, e essa dor aqui que não se vai, pq é dor desnecessária, mas é profunda. Talvez seja fonte de fortaleza e entendimento, mas por enquanto é só dor. E enquanto for assim só dor, a ansiedade corrói, e é como se eu não pudesse fazer mais nada. Talvez eu nem tenha ganhado, e é isso o que mais dói, pois não se perde o que não se teve. E o coração, assim.
sexta-feira, 9 de março de 2007


CU-lt - Um tributo às Viúvas de Karl Marx (Dani, Jaum, Léo, Ricardo, Cynthia, Rodrigo, Patrícia, Dru, Thaís e Júlia e Marie), que são oq são, que não se metem a intelectual, gente autêntica que assume que não leu porque não quis, que não sabe pq na hora que o professor disse tal coisa tava bebendo, que diz na cara dura que MPB é coisa de chato, que se não gosta de rock diz: abaixa essa porra, que se não entende pergunta, que brigam entre si, falam as maiores verdades, reconhecem os erros e saem pra beber junto, que bebe até cair e ainda grita: viva lá revolución! com um copo de coca-cola na mão. Obrigada por vocês existirem!

Tenho um verdadeiro ódio profundo de ficar com tempo ocioso. Unicamp, 16:20. Mais de meia hora pro Rê chegar. Hunf.
Vou lançar uma campanha: seja você mesmo e ganhe um biscoito recheado. Sabem, estava me achando uma porcaria por me considerar preconceituosa. É. Eu estava (estou) com um sentimento horrível dentro de mim contra essa gente, sabem, que não lê nada e fica aí, posando de cult. Ó senhor, me livre de ser cult! É essa patota idiota que faz questão de citar Proust, Benjamin, Barthes, Marx, Lévi-Strauss e o caralho a quatro (ó senhor, me livre de ser cult!) sem ao menos ler uma linha! Ou só porque anotou na aula o "pensamento" que a professora leu, e escreveu tão rápido que não sabe direito se é aquilo mesmo. Ó senhor, me livre de ser cult! Me livre da síndrome para-choque de caminhão!
E mais: eu não aguento mais ver essa gentinha gastando, gastando, gastando nas mesinhas! Ó senhor, eu sei, eu conheço, eu sei que não leram bosta nenhuma, mas cruzam a perna, só falta o cigarrinho na mão e um letreiro em neon em cima da cabeça "me achem inteligente, aqui ó, eu sou cult" (ó senhor, me livre de ser cult).
São uns miseráveis que conhecem UMA música de uma banda melhorzinha, se comparado com os lixos sonoros que habitualmente consomem e já são FÃS. Agora me diz se você não se irrita se, uma banda que vc ouve na sua casa desde pequeno é profanada por aí, na boca de gente que quer ser cult. Não sei explicar direito, mas você sabe as pessoas que gostam, que querem de fato ampliar o capital cultural e se interessam, sem querer ditar modismos ou perecer oq não é!
Ó senhor, me livre desse sentimento. Ou melhor: me livre dessa gente nojenta. Aliás, a eficiência divina é mesmo um espanto! Começou antes mesmo de eu pedir. Amém.


Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos, sonhos matinais
Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do oriente, romances astrais
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais
Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque com os seus jornais
Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas dessas capitais
A violência da noite, o movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais
Cravos, espinhas no rosto, Rock, Hot Dog, "play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos, dois Policiais
Cumprindo o seu (maldito)duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida
Cumprindo o seu (maldito)duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida
Mas eu não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas me interessa mais
Amar e mudar as coisas, amar e mudar as coisas me interessa mais
Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque com os seus jornais
Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas dessas capitais
A violência da noite, o movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais
Cravos, espinhas no rosto, Rock, Hot Dog, "play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos, dois Policiais
Cumprindo o seu (maldito)duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida
Cumprindo o seu (maldito)duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida
Mas eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas me interessa mais
Amar e mudar as coisas, amar e mudar as coisas me interessa mais
(Belchior)
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Fui pagar um boleto no banco, feliz. Livros, mais livros! Entrou uma mulher e disse: "qual banco aqui foi assaltado"?. Minha resposta foi tão espontânea, disse: "puxa, as pessoas só contam boas notícias!".
Acho incrível a capacidade das pessoas virem despejar merda na nossa orelha. Não almejava ser agora acadêmica. Eu poderia escrever "más notícias", mas é pura merda mesmo. Fazem questão de propagar como um feixe de luz, por aí, tudo de podre oq acontece com os outros, numa tentativa de amenizar seus esgotos individuais. E falam, falam dos outros, acentuam seus erros, JULGAM seus atos, inventam mais desgraça como se já não fosse suficiente... E são incapazes de falarem de suas próprias vidas, de alguma alegria, de alguma coisa boa de fato, porque simplesmente já não se lembram delas.
É quase a mesma coisa dos pseudo-intelectuais, ou pretensiosos, como diria o Rê. Ele se sentam na mesa de um bar e debatem teorias, temas, e até emoções. Meu deus... Emoções. Emoção não cabe num cubículo, não se mede nem se debate. Exploram diversos pontos de vista sobre um assunto que não vai levar ninguém a nada, num jogo incessante de vaidade de "quem é que sabe mais", onde gritinhos inflamados e alteração de vozes querem parecer "uma opinião forte". E falam sobre os outros simplesmente porque também se esqueceram de si, nesse viciante processo de individualidade pra fora. É tanto esforço para parecer "legal", "inteligente" e "simpatico" e impressionar as pessoas, que é impossível desbravar aí, o verdadeiro eu das pessoas.


Blues da Piedade
Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça

Vamos pedir piedade
Pois há um incêncio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Cazuza e Frejat

Às 20:12:07 MaritaPregou este panfleto
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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Puff








Não é lamentação, não é nada.

Simplesmente acordei magoada na Segunda, mas com a capacidade de seguir em frente normalmente. Sem resqúicios do que afligia, sem nada. Normalmente. Com o anel de lua e estrela no dedo, óculos vermelhos, normal. Apenas magoada.

Agora eu não sinto nada, mas enfim. Acho que me acostumei com o fato de que as pessoas não são iguais. E que, por melhor que isso seja, por melhor que a gente se torne trocando aí tantas experiências e vivências, a falta de empatia de necessidades inerentes não nos deixa de fazer sofrer. Ok, eu acho que me acostumei. Não tinha que ser assim, mas eu me acostumei. Não podia ser assim, mas eu me acostumei. Não vou versar sobre as pessoas que não sabem amar e que mostram q ue tudo foi uma grande mentira, porque eu sou privilegiada nesse aspecto. Falo e recebo eu te amo das pessoas realmente importantes e realmente especiais!. É. Mesmo que meus amigos estejam longe, ah, como é bom ter amigos! Não quero uma "galera". Eu tenho meus amigos, os de verdade permanecem, me dão esporro, me dão abraços, ficam com cara feia quando eu sou turrona e me enchem de beijos sinceros nos reencontros. Como eu já disse, mentira perece, e amizade de verdade, se chama conforto. Deitada num puff.

É estranho. Eu estou estranhamente tranquila, não ligando para a desatenção Buarquiana, não temendo gotas d'agua. Simplesmente porque o feriado se aproxima. Minha irmã passou no vestibular. Voltei estudar... E eu posso descrever as coisas que vão acontecer nesse feriado, sem vivê-las. Não vou contar pra não estragar minha prórpia surpresa.

É muita responsabilidade. São contas pra pagar, dirigir um carro sem ar-condicionado nessas tardes escaldantes. É horário no dermatologista, conversa com a orientadora, carona pra amiga. E qual a roupa que eu vou por sábado?

Fazer as unhas, depilar as pernas, como é chato fazer o pé! Ritual de limpeza de pele, não esquecer do anti-alérgico. Tantas incumbências... Boa aluna, no mínimo 5 no mestrado, as Els que faltam. Boa filha, boa irmã boa amiga, boa de cama, sempre desejável. Essa maldita impressora.

...

...

...

Definitivamente, preciso de um puff.

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
e nada mais...
(Casa no Campo, Zé Rodrix)

Às 21:47:22 MaritaPregou este panfleto
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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima



Há tempos que eu não faço posts homenagem porque, na verdade, eles nunca ficam de acordo com aquilo que a gente queria escrever e talz.
Mas a foto ali é de uma menininha, aos 5 anos, na formatura do pré. Ela estudava numa escola de rico chamada Mestre Liquinho, onde aprendeu a levar a galinha até os ovos, o cachorro na casinha, essas coisas.
Mas ontem, 06/02, ela recebeu a notícia de que estava na UNICAMP. E Na USP tb. Não é pq é minha irmã, mas eu conheci poucas pessoas que mereceram tanto essa vaga. Pelo empenho, pela inteligência, pelo amor à literatura e por escrever realmente bem, sem apelos sentimentais ou querendo copiar outras pessoas. É literata nata. Rimou.
Eu não pude gritar, tava na fila da matrícula do mestrado. Mas puta que pariu. Vai ser um festival de batata no sábado. C merece, vacona!

Início de 2007

Eita começo de ano filho da puta! Mas agora, eu espero que depois do vodu do carnaval, tudo comece a andar. É churras das Viúvas dia 03/03! Afinal, sabemos quem são os verdadeiros amigos. E é bom saber.
Sonho de hoje: cobras. Traição? É só oq falta. Espero só que seja um reflexo do que aconteceu ano passado, porque mais traição, puxada de tapete e patifaria... Não to podendo. Chega. Que o pavilhão se lave, e bola pra frente.

Yahoo! This is your celebration
Yahoo! This is your celebration

Celebrate good times, come on! (Let's celebrate)
Celebrate good times, come on! (Let's celebrate)

There's a party goin' on right here
A celebration to last throughout the years
So bring your good times, and your laughter too
We gonna celebrate your party with you

Come on now

Celebration
Let's all celebrate and have a good time
Celebration
We gonna celebrate and have a good time

It's time to come together
It's up to you, what's your pleasure

Everyone around the world
Come on!

Yahoo! It's a celebration
Yahoo!

Celebrate good times, come on!
It's a celebration
Celebrate good times, come on!
Let's celebrate

We're gonna have a good time tonight
Let's celebrate, it's all right
We're gonna have a good time tonight
Let's celebrate, it's all right

Baby...

We're gonna have a good time tonight (Ce-le-bra-tion)
Let's celebrate, it's all right
We're gonna have a good time tonight (Ce-le-bra-tion)
Let's celebrate, it's all right

Yahoo!
Yahoo!

Celebrate good times, come on! (Let's celebrate)
Celebrate good times, come on!
It's a celebration!
Celebrate good times, come on! (Let's celebrate)

(ad lib)

Come on and celebrate, good times, tonight (Celebrate good times, come on!)
'Cause everything's gonna be all right
Let's celebrate (Celebrate good times, come on)
(Let's celebrate)
Kool And The Gang - Celebration
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
I - Quando ela cai no sofá, so far way... Vinho à beça na cabeça, eu que sei... (Leoni)
Um post não convencional


Coloquei todas as mp3 que tenho dos Stones no MP3 e zarpei para Nova Odessa, sábado. Estava eu, no ônibus, escolhendo a música, fungindo de Angie quando pensei: quero sofrer. Mudei a pasta e configurei todas as músicas do LEONI. Eu sou fã do cazuza, fato. Mas outra pessoa que sabe bem dizer as coisas, é o Leoni. Só quem já foi incrivelmente corno e com problemas sexuais mal resolvidos pra escrever tudo aquilo que a gente já sentiu alguma vez.
Nunca li nenhuma biografia, mas enfim. As letras MOSTRAM isso. O cara é um touro. Mas devasta corações infantis e adultos e acirra disputas:

II - Vai embora não, fica mais... Homem nenhum no mundo vai te dar tanto carinho... (Cazuza/ Leoni) Devaneios Leonianos depois das 3h18 protagonizados por Wi e Marie

William diz: cazuza diz mto.

Mariana diz:eu amo cazuza. muito!
ele diz tudo. o Leoni tb, embora minha familia me condene e eu só escute no mp3

William diz:pq?

Mariana diz: hahahahahaha
minha mãe diz que é brega
minha irmã tb

William diz: leoni é lindo!
e não é brega...
e era namoradinho do cazuza.

Mariana diz:há!
Leoni é maior corno, eu gosto dele
E é lindo tb, eita homem bonito

William diz:ele é corno, mas lindo.
lindo.lindo.
não merece ser corno.

Mariana diz: lindo, eu queria casar com ele qdo era pequena

William diz: eu quero até hoje

Mariana diz: mas é cornão heim. as musicas denunciam

William diz: sim.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Eu tinha um amigo chamado Dudu. Era grandão como os grandes cantores de blues e tocava gaita. Usava muitos anéis nos dedos, qdo estava frio portava um sobretudo. O Dudu precisava de mim. Me ligava às 4 da manhã porque se sentia sozinho. Tinha dores de cabeça horríveis e um blog chamado Monster Inside. Era meu amigo e me chamava de Maricota. Na verdade, eu era amiga do Dudu, mas eu acho que ele não era meu amigo. Ele só precisava de mim. Tinha depressão e não suportava ficar sozinho. De lembrança minha, ficou com uma presilha de cabelo. Eu não quero, mas eu sempre esqueço com pessoas queridas coisas minhas. Não é por querer. Agora fico mais atenta, mas é um medo de perder as pessoas que eu gosto. É como se eu tivesse um pretexto pra voltar. Porque eu simplesmente não sei cortar vínculos.
Dudu precisava de mim.
Também tenho depressão. Odeio quem usa a depressão pra descupar ou justificar as coisas. Se soubessem o quanto é doloroso e sério, ninguém brincava com isso.
Há tempos não tenho notícias do Dudu, mas eu às vezes me pego pensando: cadê o Dudu? A última vez que vi o orkut dele, que não existe mais, ele estava namorando e aparentemente feliz. O Dudu, como tantos outros amigos, passou. Eu espero que as dores de cabeça do Dudu tenham passado também.
Também tenho dor de cabeça. Elas têm ficado piores, piores.
Voltar. Aqui está escuro agora. Luzinhas do msn piscam às 1h28 da manhã. On line o Texugo, um amigo do Death que acabou ficando meu amigo, o Rê do Rio. A Gleisinha, a Luciane professora... Já faz um tempo que as meninas foram deitar. Minha mãe também. Bibi foi tomar banho e 24 Horas terminou de uma maneira horrível para Jack Bauer.
Não consigo dormir porque dói.
Eu sempre volto. Sou teimosa.
Acho que estou triste, e tristeza é tão solitária. Se ao menos eu conseguisse falar para as pessoas pq eu estou triste, mas eu não consigo. Eu acho que no fundo, eu sou assim, uma.
1h33. Nó na garganta. Chorar sem fazer barulho. Ninguém percebe mesmo.
Odeio ser gente grande e ter que resolver as coisas pra mim mesma. E por mim mesma.
Meu quarto: bagunça. Livros, papéis, quadrinho de Praga, uma caricatura. Foto com a mãe, com o pai, Bibi e Walzo. Dia 15 é aniversário do Walzo. Um alce com um ímã segura uma foto minha e do Renato recém impressa. Duas caixas de OB jogadas, uma almofada de peixe, uma frasqueira com cartas, fotos, recordações. Não queria ter memória.
Sala escura. Janela aberta. Toalhas pra bordar, nunca termino oq eu começo. Faltam dois caramujos. Um nó. Cada vez mais apertado. Lembrar de chorar sem fazer barulho.
Sentimento de nada. Em que ponto da minha vida eu fui deixar a minha auto estima assim, tão baixa? Eu não lembro. Agora eu queria uma memória aguçada.
Um buraco além do do estômago. Acordar amanhã, o pior é acordar. Tristeza que não tem medida, e acordar é aguentar tudo de novo.
E esse nó, oq é?
Desata, desata...


Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

(Quase Um Segundo, Herbert Vianna )


t.xµgT diz:
vc esqueceu de homenagear uma grande mulher.
Marie diz:
anita garibaldi?
t.xµgT diz:
não, que anita uq!
a delzuite!
sábado, 20 de janeiro de 2007


Passa tempo, passatempo. Não sou modernista, não sou contemporânea, não sou construtivista. Sou mulher. Mulherzinha como me dizia um amigo. Que chora, que se irrita por nada. Que faz ceninha pra ser notada. Que simplesmente adora ser acarinhada.
Os minutos correm. Como correm! Seis aulas com intervalo de 15 minutos que são um!
Os dias passam, meses. Cabelo embranquece, cesta básica acaba. A conta de telefone chega de novo. Nova edição de Aventuras na História. Corre, corre.
Inocente e tentando que tudo não se torne secular. Sentimentos verdadeiros não perecem. Tudo corre, mas permanece.
Verdade não se seculariza, ou senão seria banal.
Ser piegas. Alguém sabe o que é ser piegas? E o que é não ser piegas? Será que não perder o encanto das coisas é ser piegas?
Expor com olhos, mãos e palavras a sua verdade, é ser piegas?
Permito-me encantar.
Vivo encantada com as coisas boas: amizade, cheiro de mãe, sorriso de irmã, carinho de pai. COm verdade. Reconciliação com lágrimas, esporro de amigo, letra do Belchior.
Vivo em perigo. Num mundo desencantado, me perco.
Quem me salva é quem se deixa encantar também.


Salvação
Algumas notas da pior semana de todos os tempos

1) Um e-mail com o título "Volta". Era o Jaum dizendo que estava com saudades. Saber que alguém sente minha falta foi, certamente, um impulso. Mesmo que o título me remetesse à música do Fabio Jr.

2) Qdo eu me sentia mais sozinha, eis que diretamente do Rio, Renato me diz que tb tá com saudade. Está longe, mas se lembra de mim. Acalanto

3) Scrap da Bianca: Eu te amo
Pra um depressivo, tem coisa mais segura que ser amada? E saber disso? Não, definitivamente.

VERDADE salva.
Mentira pode durar. Mas sempre, sempre perece.
terça-feira, 9 de janeiro de 2007
Ora, se você quiser de divertir invente suas próprias canções...





Não quero começar aqui com mais uma daquelas "nossa, que horror, que palhaçada, vocês viram só, que coisa, puxa vida, estou indignada", aqueles comecinhos de textos onde depois você lê os comentários e lá está: "Puxa, que legal, você falou tudo", ou "Puxa, como vc é crítica (o)".
Aliás, o que tenho visto e ouvido por aí é tanta coisinha copiada que eu até repenso questões de o que seria, enfim, a crítica. Ouço, por vezes, coisas que eu mesma falei e em discussões acaloradas, eu até fico quieta, porque eu não, simplesmente não consigo dar credibilidade às pessoas que falam simplesmente por gostar de ouvir o som de suas vozes e que, uns 6, 7, 10 meses atrás pensavam completamente diferente. O ser humano, é óbvio, deve evoluir, fato. Deve aprimorar o conhecimento e a opinião evidentemente, e só há aprimoramento se não não há vontade de aparecer, de falar mais que os outros, de parecer erudito. Trocar informações é excelente. Só assim a gente evolui e constrói novos pontos de vista. Afinal, o homem é um animal social, como diz Aristóteles. Mas utilizar informação coletada dos outros como se fossem próprias é plágio.
Meu amigo Défi dizia sempre que tinha muita raiva de ouvir coisas que ele inventava na boca de outras pessoas, como se fossem delas. Eu achei besteira mas eu sempre concordei com ele. Me irritava ver outras pessoas, da turma dele inclusive, falando coisas que ELE falava. Não sei se é a academia que EXIGE que se mostrem as fontes, mas falta de personalidade e plágio não-penalizável me irritam bastante. Me irrita tanto quanto barulho de pipa (plec plec plec (batendo no telhado), fi fi fi fi (barulho da cordinha se mexendo) nhec nhec nhec (carretel) ou moto que ultrapassa pela direita. Acabei pensando nisso ontem quando Wi disse: Marie, créditos são importantes, sou jornalista! e Postou uma fras eminha, me indicando. Lisonjeiro, é a segunda vez que apareço num site jornalístico! haha! Rê sempre diz também que roteiristas e desenhistas devem ter os nomes no início dos quadrinhos. O site o Wi se encontra nesse endereço: http://imposturasbemcomportadas.blogspot.com/
Ando implicante nesse começo de 2007. Não, não vou escrever palavras de ordem ou debates acalorados. Porque parece que qualquer mérito aí está: em você se agressivo. Se você é agressivo então você escreve bem, é super crítico, é inteligente, bla. Hoje eu também não quero ser depressiva. Porque quando você é depressivo você "toca o coração das pessoas, você é sensível, vc escreve lindo". Hoje eu vou fazer que nem Chico Xavier, vou fechar os olhos e teclar. Depois eu leio oq vai sair.
Mas sempre me falaram que eu sou crítica. Mas se for pra ser crítica nesses moldes massificados aí, pra mim não presta, eu não quero. Não conheço nenhuma musiquinha ou grupinho norte-americano da moda, e não é porque eu sou cult, é porque me irrita, eu não conheço mesmo! Tá tá tá, eu não sou crítica, eu sou irritada. Talvez irritante. Eu me esforço para entender a opinião das pessoas, eu tento ser democrática nesse país que não tem nada de democracia (a-há, vai dizer que isso te surpreende. Olhe lá no fundo e veja que NÃO!), mas eu simplesmente não consigo achar legal aquilo que todo mundo acha. Beleza pra mim é uma coisa que vem de outros lugares, e não só da bunda ou da cara de bunda da pessoa. Então eu não acho bonito quem todo mundo acha. E não é pq eu sou crítica, é porque, sei lá porque. E eu também não sou cult! Vai ver é porque eu fui criada aprendendo a fazer minhas próprias canções, como diria o maçante e massificado Renato Russo. Eu aprendi ser assim. E também não quero ser taxada como original, porque é do original que saem cópias, e sinceramente, também não to com esse cacife todo aí. Ninguém é original, somos fruto de nossas relações e experiências.
E sabe? Eu também to cansada de gente super simpática e que gosta de todo mundo e é suuuuper legal S2. Eu erro muitas vezes e beiro a ignorância, mas gostar de uma pessoa pra mim é olhar na cara: se tiver VERDADE ali, eu gosto. Se não tiver nada, ora, quem é que gosta do nada? Dá pra gostar?
Taí. Faz tempo que eu não escuto isso, mas da próxima vez que me fizerem a clássica pergunta "mas você não gosta de ninguém??", eu vou dizer: "mas não é não gostar de tal pessoa. É apenas "nada" por tal pessoa. Eu não sinto nada por ela. Já perceberam como a ausência de coisas perturba as pessoas?
Mas eu fiz todo esse rodeio aí pra falar do novo frisson do nosso mundo internauta. AMO internet, assumo, e isso desde 1998, lá se vão quase 10 (wow) anos. Deve ter por aí dois mil e quinhentos (que legal é escrever dois mil e quinhentos) textinhos de protesto mas o que eu achei incrível é que a patifaria Cicarelli Youtube serviu para que até o bitolado mais tapado, que tava lá vendo videos pornôs questionasse e refletisse sobre a sua livre escolha invadida. E repensar o sentido de democracia. E indo mais além, né, cidadania, republica. E depois da internet, a democracia ganhou um status ainda maior. Aqui as idéias são realmente livremente despachadas, doa a quem doer. E quando dói, se tratando do país-circo, os pertencentes às altas rodas, usando de toda a sua ignorância e sei lá mais o que, usam aí do artifício tãããão antigo de nossa cultura. Privatiza a vontade do Público. Há! "Que invasão o que fizeram com a modelo. Cancela o acesso ao Youtube!" Há! Mágico! E a zinha, que até anteontem era conhecida apenas no interior do terceiro mundo, acaba sendo afamada em tooooodo o mundo. O judiciário deficiente, que não tem know how suficiente para operar ocorrências do mundo virtual se queima, fica desacreditado, celebridades instantâneas se formam, e o Brasil segue bem à sua maneira.
A democracia não existe plenamente. A gente tá sempre aí, sendo obrigado a fazer coisas que não queremos. É só pensarmos na tecnologia. Quem tem conexão discada sabe bem disso. Tem dia que é um inferno, as salas do yahoo! jogos não funcionam. E somos cada vez mais forçados a instalar o Speedy, mesmo não querendo. Os novos aparelhos exigem instalação apenas em Windows avançados e você é obrigado a fazer a icompra e o download. Sabe a pior coisa? A gente não percebe. E esse é apenas um dos exemplos que são tantos, tantos. Moradores de Jaguariúna, o que vocês acham da Faixa Azul?? Há! Não tem outro jeito, sabe por quê? Porque os lugares para estacionar perto da Igreja agora estão sempre lotados. Essa é a nossa democracia: 1,20 a hora. Tim tim.

Marcianos invadem a Terra - Legião Urbana
Diga adeus e atravesse a rua
Voamos alto depois das duas
Mas as cervejas acabaram e os cigarros também
Cuidado com a coisa coisando por aí
A coisa coisa sempre e também coisa por aqui
Seqüestra o seu resgate, envenena a sua atenção
É verbo e substantivo/adjetivo e palavrão
E o carinha do rádio não quer calar a boca
E quer o meu dinheiro e as minhas opiniões
Ora, se você quiser se divertir
Invente suas próprias canções
Será que existe vida em Marte?
Janelas de hotéis
Garagens vazias
Fronteiras
Granadas
Lençóis
E existem muitos formatos
Que só têm verniz e não tem invenção
E tudo aquilo contra o que sempre lutam
É exatamente tudo aquilo o que eles são
Marcianos invadem a Terra
Estão inflando o meu ego com ar
E quando acho que estou quase chegando
Tenho que dobrar mais uma esquina
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Não tenho tanto tempo assim
E mesmo se eu tiver a minha liberdade:
Será que existe vida em Marte?