sábado, 1 de setembro de 2007

terça-feira, 9 de janeiro de 2007
Ora, se você quiser de divertir invente suas próprias canções...





Não quero começar aqui com mais uma daquelas "nossa, que horror, que palhaçada, vocês viram só, que coisa, puxa vida, estou indignada", aqueles comecinhos de textos onde depois você lê os comentários e lá está: "Puxa, que legal, você falou tudo", ou "Puxa, como vc é crítica (o)".
Aliás, o que tenho visto e ouvido por aí é tanta coisinha copiada que eu até repenso questões de o que seria, enfim, a crítica. Ouço, por vezes, coisas que eu mesma falei e em discussões acaloradas, eu até fico quieta, porque eu não, simplesmente não consigo dar credibilidade às pessoas que falam simplesmente por gostar de ouvir o som de suas vozes e que, uns 6, 7, 10 meses atrás pensavam completamente diferente. O ser humano, é óbvio, deve evoluir, fato. Deve aprimorar o conhecimento e a opinião evidentemente, e só há aprimoramento se não não há vontade de aparecer, de falar mais que os outros, de parecer erudito. Trocar informações é excelente. Só assim a gente evolui e constrói novos pontos de vista. Afinal, o homem é um animal social, como diz Aristóteles. Mas utilizar informação coletada dos outros como se fossem próprias é plágio.
Meu amigo Défi dizia sempre que tinha muita raiva de ouvir coisas que ele inventava na boca de outras pessoas, como se fossem delas. Eu achei besteira mas eu sempre concordei com ele. Me irritava ver outras pessoas, da turma dele inclusive, falando coisas que ELE falava. Não sei se é a academia que EXIGE que se mostrem as fontes, mas falta de personalidade e plágio não-penalizável me irritam bastante. Me irrita tanto quanto barulho de pipa (plec plec plec (batendo no telhado), fi fi fi fi (barulho da cordinha se mexendo) nhec nhec nhec (carretel) ou moto que ultrapassa pela direita. Acabei pensando nisso ontem quando Wi disse: Marie, créditos são importantes, sou jornalista! e Postou uma fras eminha, me indicando. Lisonjeiro, é a segunda vez que apareço num site jornalístico! haha! Rê sempre diz também que roteiristas e desenhistas devem ter os nomes no início dos quadrinhos. O site o Wi se encontra nesse endereço: http://imposturasbemcomportadas.blogspot.com/
Ando implicante nesse começo de 2007. Não, não vou escrever palavras de ordem ou debates acalorados. Porque parece que qualquer mérito aí está: em você se agressivo. Se você é agressivo então você escreve bem, é super crítico, é inteligente, bla. Hoje eu também não quero ser depressiva. Porque quando você é depressivo você "toca o coração das pessoas, você é sensível, vc escreve lindo". Hoje eu vou fazer que nem Chico Xavier, vou fechar os olhos e teclar. Depois eu leio oq vai sair.
Mas sempre me falaram que eu sou crítica. Mas se for pra ser crítica nesses moldes massificados aí, pra mim não presta, eu não quero. Não conheço nenhuma musiquinha ou grupinho norte-americano da moda, e não é porque eu sou cult, é porque me irrita, eu não conheço mesmo! Tá tá tá, eu não sou crítica, eu sou irritada. Talvez irritante. Eu me esforço para entender a opinião das pessoas, eu tento ser democrática nesse país que não tem nada de democracia (a-há, vai dizer que isso te surpreende. Olhe lá no fundo e veja que NÃO!), mas eu simplesmente não consigo achar legal aquilo que todo mundo acha. Beleza pra mim é uma coisa que vem de outros lugares, e não só da bunda ou da cara de bunda da pessoa. Então eu não acho bonito quem todo mundo acha. E não é pq eu sou crítica, é porque, sei lá porque. E eu também não sou cult! Vai ver é porque eu fui criada aprendendo a fazer minhas próprias canções, como diria o maçante e massificado Renato Russo. Eu aprendi ser assim. E também não quero ser taxada como original, porque é do original que saem cópias, e sinceramente, também não to com esse cacife todo aí. Ninguém é original, somos fruto de nossas relações e experiências.
E sabe? Eu também to cansada de gente super simpática e que gosta de todo mundo e é suuuuper legal S2. Eu erro muitas vezes e beiro a ignorância, mas gostar de uma pessoa pra mim é olhar na cara: se tiver VERDADE ali, eu gosto. Se não tiver nada, ora, quem é que gosta do nada? Dá pra gostar?
Taí. Faz tempo que eu não escuto isso, mas da próxima vez que me fizerem a clássica pergunta "mas você não gosta de ninguém??", eu vou dizer: "mas não é não gostar de tal pessoa. É apenas "nada" por tal pessoa. Eu não sinto nada por ela. Já perceberam como a ausência de coisas perturba as pessoas?
Mas eu fiz todo esse rodeio aí pra falar do novo frisson do nosso mundo internauta. AMO internet, assumo, e isso desde 1998, lá se vão quase 10 (wow) anos. Deve ter por aí dois mil e quinhentos (que legal é escrever dois mil e quinhentos) textinhos de protesto mas o que eu achei incrível é que a patifaria Cicarelli Youtube serviu para que até o bitolado mais tapado, que tava lá vendo videos pornôs questionasse e refletisse sobre a sua livre escolha invadida. E repensar o sentido de democracia. E indo mais além, né, cidadania, republica. E depois da internet, a democracia ganhou um status ainda maior. Aqui as idéias são realmente livremente despachadas, doa a quem doer. E quando dói, se tratando do país-circo, os pertencentes às altas rodas, usando de toda a sua ignorância e sei lá mais o que, usam aí do artifício tãããão antigo de nossa cultura. Privatiza a vontade do Público. Há! "Que invasão o que fizeram com a modelo. Cancela o acesso ao Youtube!" Há! Mágico! E a zinha, que até anteontem era conhecida apenas no interior do terceiro mundo, acaba sendo afamada em tooooodo o mundo. O judiciário deficiente, que não tem know how suficiente para operar ocorrências do mundo virtual se queima, fica desacreditado, celebridades instantâneas se formam, e o Brasil segue bem à sua maneira.
A democracia não existe plenamente. A gente tá sempre aí, sendo obrigado a fazer coisas que não queremos. É só pensarmos na tecnologia. Quem tem conexão discada sabe bem disso. Tem dia que é um inferno, as salas do yahoo! jogos não funcionam. E somos cada vez mais forçados a instalar o Speedy, mesmo não querendo. Os novos aparelhos exigem instalação apenas em Windows avançados e você é obrigado a fazer a icompra e o download. Sabe a pior coisa? A gente não percebe. E esse é apenas um dos exemplos que são tantos, tantos. Moradores de Jaguariúna, o que vocês acham da Faixa Azul?? Há! Não tem outro jeito, sabe por quê? Porque os lugares para estacionar perto da Igreja agora estão sempre lotados. Essa é a nossa democracia: 1,20 a hora. Tim tim.

Marcianos invadem a Terra - Legião Urbana
Diga adeus e atravesse a rua
Voamos alto depois das duas
Mas as cervejas acabaram e os cigarros também
Cuidado com a coisa coisando por aí
A coisa coisa sempre e também coisa por aqui
Seqüestra o seu resgate, envenena a sua atenção
É verbo e substantivo/adjetivo e palavrão
E o carinha do rádio não quer calar a boca
E quer o meu dinheiro e as minhas opiniões
Ora, se você quiser se divertir
Invente suas próprias canções
Será que existe vida em Marte?
Janelas de hotéis
Garagens vazias
Fronteiras
Granadas
Lençóis
E existem muitos formatos
Que só têm verniz e não tem invenção
E tudo aquilo contra o que sempre lutam
É exatamente tudo aquilo o que eles são
Marcianos invadem a Terra
Estão inflando o meu ego com ar
E quando acho que estou quase chegando
Tenho que dobrar mais uma esquina
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Não tenho tanto tempo assim
E mesmo se eu tiver a minha liberdade:
Será que existe vida em Marte?

Um comentário:

Marie disse...

11.01.2007 | Jeanne Marie. Minha ambição sempre negada pela DAC. Filosofa Benjaminiana. Tem glória maior a ser alcançada nessa vida?
Marie - | http://

10.01.2007 | Mariee, bem, esse negócio de autoria, plágio etc, é tudo dessa porcaria de mundo moderno CAPITALISTA, onde, como a Jeanne Marie falou tantas vezes, toda e qualquer forma de arte se tranformou em mercadoria. Hj em dia as pessoas não escrevem mais por escrever, pra admirar a beleza do q está sendo contado, as pessas não pintam mais por pintar, pra apenas observarmos a grandiosidade da cena retratada, tudo hj é feito com um único objetivo: vender. E só o novo se vende. Nossa sociedade capitalista gira em torno do conceito do novo. O que é novo vende, e se uma pessoa "copiar" algo da outra esse novo se perde então, e a pessoa que escreveu antes não terá seu "lucros". É a realidade, todos pensam assim hoje
Michele Fernanda Saqui - micheledasletras@hotmail.com | http://spaces.msn.com/perolasdamimi

10.01.2007 | Pois é. Esse lance de democracia só vem à tona quando rabos são retirados da internet para que ninguém mais possa vê-los. Democracia acaba sendo uma coisa senso comum: "Tenho o direito à e ninguém vai tirar isso de mim"/"O governo é corrupto, votei no Clodovil". Como no comercial da Arno: Plim! Simples assim! Há alguns anos foi criado uma ONG em São Paulo tão, mas tão ã...inusitada, digamos, que foi merecedora de ser tema da redação da fuvest em 2005, se não me engano. Ok, diria que é genial a idéia da Ong: "A Descatracalização da Vida". O primeiro ato foi o mais lindo, colocaram uma catraca na praça da Sé entitulada de "Monumento às
Bié - | http://

10.01.2007 | Talvez eu esteja indo contra ao que vc falou no seu blog, mas assim que li, lembrei desse texto da Colassanti "A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. A lutar para ganhar dinheiro com que se paga.E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila pra pagar. E a pagar muito mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez vai pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra." Esse episódio foi simplesmente patético. E nós também já nos acontumamos com as atitudes patéticas, com a injustiça, com a falta de liberdade.. e por se acostumar, a gente finge que eles não existem. Agora.. bem, já desbloqueou o site. Tudo ótimo agora! é,
Sue Ellen - | http://sueellencruz.blogspot.com