sábado, 1 de setembro de 2007

quarta-feira, 2 de maio de 2007



Fazia tempo que não me vinha esse tipo de inspiração. E eu, que me recuso pensar que algo possa cair na rotina. Mas não pode, porque não há nenhuma vantagem em ser teimosa se não for pra tentar fazer cada dia diferente. Nem que isso gere esforços tremendos, de rir quando você quer chorar, de brincar quando você quer esmurrar, de comer quando você não pode pensar em nada caindo no seu estômago, de sair pra procurar o que ninguém vai te convencer de que você não vai achar. E isso, é evidente, eu aprendo dia-a-dia com a minha mãe, porque é o que ela faz desde que eu me entendo por gente. Lembro de meu avô doente no hospital, nós acabados de tristeza em casa, mas sem deixar a peteca cair. Toda noite, antes de dormir, sentávamos na cama e dávamos altas gargalhadas de nós mesmos. Eu, dona Iza, papai e Bibi. Cada um com a sua dor, mas sabendo que com ela, não dava pra continuar, e que pra manter aquele que você ama de pé, é preciso fazer isso. E pra isso, quanta coragem. Então, eu posso dizer que minha mãe me ensinou, entre tudo de tão embasador, a ter coragem. Acho que não se precisa mais que isso pra viver não.
Mas também não é fácil ter coragem. Ainda mais nos dias de hoje, que tudo vem e vai tão fácil, e onde o fundamental e o supérfluo se misturam numa dança que a gente se confunde. Existem tantos caminhos mais fáceis.
Não para os teimosos. A gente tenta até o fim. Outra coisa que eu aprendi com a minha mãe: ir até o fim. Uma amiga minha, a Júlia, disse ouro dia "eu sou uma burra, pq o lema de Júlia é tentar até o fim". Dona Iza até me irrita, porque pra ela não existe final. Às vezes pra você já deu e ela ainda quer ir mais além. Pra ela tudo tem jeito, e ela dá um jeito mesmo. Ela veste a camisa e não larga a torcida nem embaixo de pancada. Quando era pequena, eu costumava cantar os doces versos de Carcará: Podem me bater, podem me ofender... Podem até me deixar sem comer... Que eu não vou mudar de opinião . Ela dizia que essa era meu tema, mas pensando bem não é só o meu não.
Rir, rir e rir. De verdade, perder o fôlego, ficar com coceira no corpo e lágrima nos olhos. Passar por cima das coisas e segurar o que é importante e o que vale a pena. Porque na verdade é o que realmente importa que fica: o amor, o carinho, a vontade de estar junto, as palavras que não faltam, o abraço sincero, a cumplicidade, o sorriso quando se acorda, os momentos bizarros que se enfrentados juntos, viram uma festa! E se tem isso, já não falta nada. A gente enfrenta o resto: falta de dinheiro, caras de merda, descrença alheia, futuro indefinido, amigos falsos e gente sem alma não são nada perto do que se tem. E eu tenho!

Um comentário:

Marie disse...

08.05.2007 | Pois é... ó mais um amigo falso por aqui. bjo
Renato - | http://12barposting.blogspot.com/

02.05.2007 | Pêndulo que marcas o compasso Do desengano e solidão, Cede lugar aos tubos do órgão soberano Que ultrapassa o tempo: Pulsação da humanidade Que desde a origem até o fim Procura entre tédios e lágrimas. Pela carne miserável, Entre colares de sangue, Entre incertezas e abismos, Entre fadiga e prazer. A bem-aventurança. Além dos mares, além dos ares, Desde as origens até o fim, Além das lutas, embaladores, Coros serenos de vozer mistas, De funda esperança e branca harmonia Subindo vão." Essa última parte do poema do Murilo Mendes de hoje. Explicação da classe: muito complexa. Minha explicação super pop: A nossa vida, por mais coisas ruins que possua, e estas
Michele Fernanda - micheledasletras@hotmail.com | http://perolasdamimi.spaces.live.com/

02.05.2007 | O que não mata, fortalece. Aprendi isso desde cedo. Cada momento dificil que terminava, sempre trouxe uma sensação de vitória , bem lá na alma. É isso que aprendo todos os dias, e as minhas meninas também são valentes. E como são! O impossível realmente não existe: o sonho e a vontade realmente são mais fortes. Acho que vocês, Mari e Gabi, já podem testemunhar isso. Ponto final não existe em quanto tivermos vida, mas zilhões de vírgulas com certeza. Obrigada, viu? Te amo guerreirinha!
Iza - | http://