sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Ela passou boa parte do seu tempo exercendo sua função mór: encaminhar os outros em suas vidas, tortas, desconexas, auxiliando nas alternativas teimosas de alguns, ou nos erros evidentes de outros. E foi assim desde pequena. Viu a mãe e o pai se esfolarem, a pessoa que mais amava cair feito uma velha árvore no chão, falou com a tia quando ninguém mais conseguiria. Tinha vontade de dar uma chapuletada na avó, mas se manteve fiel até o final. Afinal, as pessoas com as quais mais brigamos são as que mais nos amam, de fato.
Cresceu. Constituiu aquilo que ela tinha, mas que nunca vivenciara: família. E não sendo judia, é o exemplar mais autêntico desse tipo de mãe. O amor chega a sufocar. Um passo além daquilo planejado por ela é desconjurado, repudiado, pisoteado. Talvez esse seja o significado de ser mãe.
O vestido azul da formatura, o rosto pintado no dia do trote ou amedontrado antes, no último dia do vestibular, a mão gelada no dia da defesa de tese. As pessoas veem as fotos, e dizem que as meninas (que se parecem com ela), além de bonitas, são muito competentes. São mesmo. As pessoas têm toda a razão. Mas talvez nada seriam sem as histórias do Cazuza de Viriato, ou da linda saga do pai Tomás.
Com certeza, não...

Um comentário:

Michele disse...

parabénssssss mãe da MARIE again!!!!
E é verdade, nós sempre brigamos mais com as pessoas q mais amamos. nós podemos dizer isso né!?
bjocasss