Eu me lembrei então das últimas vezes que me despedi me mim mesma, tantos eus que deixei em escalas aeroportuárias por aí para que outros brotos viessem à tona. E sabe, doeu.
Não nos lembramos da dor do primeiro nascimento. Os psicólogos juram nos curar de traumas, a maioria advindos daí, dessa dor que não recordamos, mas da qual temos tantas reminiscências. Imagino então como deve ser difícil nos curar durante a vida de tantos outros re re renascimentos, estes mais doloridos por serem tão conscientes.
Porque nos jogamos voluntariamente no obscuro, no duvidoso. E a cada decepção, a cada despedida, a cada porta de embarque fechada, a cada saída de um banheiro de aeroporto com a cara completamente amassada de tanto chorar por achar que falhou mais uma vez, depois de chorar a noite inteira após 10 horas viagem por saber que ficará um ano longe dos seus companheiros de jornada, você respira. E grita. E toma fôlego. E renasce. Porque há vida. E há aeroportos, e portos-seguros. E tantas escalas com seu nome a esperar, e um lugar que é seu por direito.
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