sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

No sábado de manhã escutei a música que segue.
Chorei que nem criança. Na verdade eu voltei a uma cidade do interior de São Paulo, chamada Itapira, onde passei a primeira infância. Meu pai era propagandista de uma fábrica de tintas e corria São Paulo dando cursos de aplicação de produtos.
Eu via pouco meu pai.
Quando ele chegava, no toca fitas (nem cheiro de CD naquela época...), estava sempre Toquinho e Vinícius, Creedence, Mercedez Soza e Elis Regina. E "as asas da Pan Air" me levavam para os lugares mais lindos e doces quando meu pai estava de volta e íamos passear na praça da árvore, mamãe, eu, papai e Bibi, que era um neném e só dormia andando de carro...

O que eu desejo?
Que em 2008 sintamos novamente tudo aquilo de mais especial. A magia do sorriso do irmão menor, o cheiro de dama da noite quando nos balançávamos nos parquinhos, a alegria da volta de alguém querido, enfim. Tudo aquilo que nos completa a essência.

Obrigada por fazerem parte do meu 2007,

Mariana Lima Marques
27.12.2007

Conversando no Bar - Fernando Brant e Milton Nascimento

Lá vinha o bonde no sobe e desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E de um tiro que ele não levou, levei um susto imenso
Nas asas da Pan Air
Descobri que as coisas mudam e que o mundo é pequeno
Nas asas da Pan Air
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo fruto
Sem nenhum pecado, sem pavor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que a minha arma é o que a memória guarda
Dos tempos da Pan Air
Nada existe que não se esqueça, alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe que não se esquece, alguém insiste e fere o coração
Nada de novo existe neste planeta que não se fale aqui na mesa de bar
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu, morri a cada dia dos dias que vivi
Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Pan Air
A primeira Coca-Cola foi, me lembro bem agora, nas asas da Pan Air
A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Pan Air
Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal
Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais
Em volta da cidade...

2 comentários:

Anônimo disse...

vc é tão ...

tão ...

maravilhosa

que nem ...

nem ...


sei o que dizer

.
.
.

Michele disse...

Marita, que em 2008 nossa vida se encha de lembranças boas como essas mas que mesmo assim consigamos construir mto mais coisas a serem lembradas...te amo querida!!!! Mto beijo na boca pra vc em 2008 tbém hehe...desejo q o Renato esteja mais inspirado do que nunca...hehe.